No Gre-Nal 388, Celso Roth foi aquele mesmo que todos no futebol gaúcho conhecem muito bem. Só sossegou depois que o árbitro Marcelo de Lima Henrique apitou o final do clássico vencido pelo Grêmio por 2 a 1, neste domingo, no Estádio Olímpico. Com a bola rolando, estava impaciente. Durante os 90 minutos, caminhou de um lado para o outro dentro da área técnica. Algumas vezes até extrapolou o limite, fazendo com que o quarto árbitro trabalhasse.

Celso Roth não vencia um Gre-Nal desde 2000, quando, comandando o Grêmio, derrotou o Inter no Beira-Rio. Este clássico ficou famoso por ser o primeiro com o placar eletrônico no estádio colorado.

— Foi sofrido o jogo para nós. Precisávamos muito mais de uma vitória do que o Inter. Ganhamos porque jogamos com a cara do Grêmio. Se continuarmos assim, temos boas chances de recuperação — disse o treinador.

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Os primeiros minutos do jogo, Roth acompanhou com as mãos no bolso. Mas foi só a primeira bola ser lançada buscando Leandro Damião para tirar do sério o treinador gremista. Com gestos, procurava corrigir o posicionamento defensivo. Também passou muitas orientações para o estreante Julio Cesar na etapa inicial. Queria que o jogador atuasse ainda mais aberto pelo setor esquerdo de campo.

Como é de costume, Roth usou a cautela no início de jogo. Fechou o meio-campo, colocando no setor cinco jogadores. Sem opções, o Colorado passou a alçar bolas em direção a Leandro Damião.

— O Inter viveu das bolas paradas e da bola quebrada em cima do Damião. Merecíamos ter vencido o jogo até de mais — opina Celso Roth.

O nervosismo de Celso Roth ficou escancarado quando o árbitro da partida não marcou dois pênaltis para o Grêmio. No primeiro tempo, em cima de Saimon. Na etapa final, sobre Mário Fernandes. O técnico sabia que uma vitória sobre o maior rival seria fundamental para a recuperação tricolor:

— Nós sabíamos que seria um jogo definidor de águas. Demos um passo importante. Agora é ir para São Paulo com respeito e tentar também um resultado positivo contra o Corinthians.

Depois da vitória de 2 a 1 sacramentada, Roth disse que a equipe gremista foi humilhada pela opinião pública e deu a resposta dentro de campo. O treinador agradeceu o apoio dos gremistas que acreditaram no time e vieram prestigiar o clássico no Olímpico:

— Eu retorno a uma casa que tem me acolhido muito bem. A torcida está conosco. Eu quero elogiar o torcedor que veio. Acreditou. Muito obrigado, torcedor. Foi importante a presença. Um profissional vive destas situações. 


> FICHA TÉCNICA:
GRÊMIO 2 x 1 INTER

GRÊMIO
Victor, Mário Fernandes, Vilson (Edcarlos, aos 44'2T), Saimon e Julio Cesar; Fernando, Fábio Rochemback, Marquinhos (Leandro, aos 19'2T), Douglas e Escudero (William Magrão, aos 38'2T); André Lima. Técnico: Celso Roth.

INTER
Muriel, Glaydson, Bolívar, Índio e Kleber (Juan, aos 24'2T), Elton, Tinga (Ilsinho, aos 35'2T), Oscar e Andrezinho; Dellatorre (Jô, intervalo) e Leandro Damião. Técnico: Dorival Júnior.

Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (Fifa-RJ), auxiliado por Altemir Hausmann (Fifa-RS) e Júlio César Rodrigues Santos (RS)
Cartões amarelos: Fábio Rochemback e Mário Fernandes; Dellatorre, Índio, Jô, Elton e Bolívar
Gols: Marquinhos, aos 15'1T(1-0); Índio, aos 26'1T(1-1) e Douglas, aos 33'2T(2-1)




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