O atacante Fábio Oliveira ainda recorda do gol marcado aos 45 minutos do segundo tempo na tarde do dia 13 de fevereiro de 2005 no Estádio da Ressacada. E por um motivo mais do que especial. O feito quebrou um jejum de 15 jogos sem vitória do Avaí sobre o Figueirense. E se tornou o milésimo gols em duelos entre o Leão e o Furacão, de acordo com o levantamento feito pelo historiador Jairo de Sousa, no livro Avaí x Figueirense — O Clássico de Florianópolis.

— Eu nem imaginava que era o gol mil. Depois do jogo a imprensa veio me entrevistar e fiquei sabendo. E me emocionei mais ainda — conta o atacante.

Desde o dia 9 de abril de 2000 que o Leão da Ilha não vencia o Furacão do Estreito. O jogo foi válido pela segunda rodada do Grupo A do returno do Campeonato Catarinense. O gol não foi só importante para a torcida azurra, como também para o próprio jogador.

— Esse gol me marcou muito e foi bom demais. Eu andava na rua e era reconhecido. As pessoas me pediam autógrafos, me cumprimentavam. Ia em restaurantes e os proprietários não permitiam que eu pagasse a conta — recorda.

O atacante atuou no Leão em 2005 e 2006. Em sua passagem, marcou outros dois gols em clássico. Um na vitória avaiana de 3 a 2 em 19 de fevereiro de 2006. O outro, no mês seguinte, na goleada sofrida para o Figueirense por 4 a 1.

Em seu currículo, Fábio reúne clássicos do futebol goiano, boliviano e paraense, mas diz que o de maior rivalidade é sem sombra de dúvidas o de Santa Catarina. O atleta mora atualmente no Rio de Janeiro. Aos 37 anos, está sem atuar porque já jogou em três clubes diferentes em 2011 e a Confederação Brasileira de Futebol só permite duas transferências no mesmo ano. Mesmo longe do Estado, o atacante diz que segue acompanhando as notícias do time azurra. E aposta em uma vitória de 2 a 1 sobre o arquirrival.

— Eu sou eternamente grato ao Avaí, ao presidente (João Nilson) Zunino, por tudo o que fizeram por mim. O meu sonho é voltar e terminar a minha carreira no Leão —revela.

O outro lado
Mas, afinal de contas, será que o gol de Fábio Oliveira foi mesmo o tento de número 1.000 em clássicos? A obra do pesquisador Jairo Roberto de Sousa não contabiliza os dados de dois jogos, realizados em 1934 e 1943 — um por não ter sido disputado com o tempo regulamentar e outro porque foi anulado posteriormente pelos dirigentes dos dois clubes. O Avaí venceu os dois, o primeiro por 2 a 1 e o segundo por 4 a 3.

Segundo o Figueirense, esse gol já teria acontecido. Em 2002, Renato Martins recebeu uma placa da diretoria do Furacão por ter realizado a proeza.

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