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Esportes  | 20/08/2011 11h10min

Comentaristas analisam: quais as diferenças entre o Pride e o UFC?

Torneios são considerados os dois maiores da história do MMA



A uma semana do UFC Brasil, no Rio de Janeiro, cresce a expectativa pela disputa que envolverá estrelas como Anderson Silva, Rodrigo Minotauro, Maurício Shogun e Forrest Griffin. Se hoje o torneio comandado pelos irmãos Lorenzo e Frank Fertita e Dana White é o principal de MMA no mundo, na primeira metade dos anos 2000, o Pride, no Japão, era considerado a maior competição das lutas.
 
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O UFC é mais antigo. Criado em 1993 pelo brasileiro Rorion Gracie, tinha como objetivo colocar lutadores de diversas especialidades dentro da jaula, sem regras, como forma de comprovar a superioridade do jiu-jitsu aperfeiçoado por sua família. A primeira edição foi vencida por seu irmão, Royce, que precisou ganhar três lutas na mesma noite para ficar com o cinturão. Já a estreia do Pride ocorreu em 1997. Um dos irmãos de Royce, Rickson, levou a melhor.

Foto: Divulgação

Rodrigo Minotauro, um dos maiores lutadores de todos os tempos, fez sucesso em ambos, conquistando o título dos pesos pesados tanto no Pride quanto no UFC.

– Significa muito na carreira do atleta. Para a gente que vive e se dedica a luta exclusivamente, conquistar esses importantes cinturões é chegar ao topo da carreira – comenta Minotauro.

Os torneios têm algumas diferenças. O Pride era realizado em um ringue, enquanto o UFC ocorre no octógono. No evento japonês, o primeiro round durava 10 minutos e, o outro, cinco. Na luta pelo título, ocorriam, além do primeiro com 10, mais dois de cinco. No torneio dos irmãos Fertita, cada assalto tem cinco minutos. Em disputa de cinturão, em vez de três rounds, são cinco.

Foto: Divulgação, UFC

Para ser campeão no Pride, era necessário disputar uma série de lutas, em formato de torneio. No UFC, o lutador precisa derrotar o detentor do cinturão, que será o novo campeão. Outra diferença é a divisão de categorias. No evento americano, são sete, enquanto no do país do sol nascente eram apenas quatro. Em relação às regras, o UFC permite cotoveladas, enquanto o Pride não vetava tiros de meta e pisões.

Em 2007, o evento japonês acabou vendido para o UFC. No mesmo ano, muitos lutadores do Pride, que nunca mais ocorreu, migraram para o torneio de Dana White.

Foto: Divulgação

Mas, afinal, qual foi maior torneio de MMA da história? O clicEsportes conversou com especialistas para falar sobre as diferenças entre o UFC e o Pride.

Fernando Kallás - comentarista do SporTV e dos Canal Combate

O Pride já foi o maior evento de lutas do mundo. Acho que nenhum evento de lutas vai conseguir repetir em nenhum país o que representava para o Japão. Mas a força do Pride era local, enquanto o UFC é hoje uma marca global com força de grande empresa multinacional.

O UFC tem escritórios em quatro continentes, gera US$ 400 milhões de receita anual, e está valorizado em quase US$ 2 bilhões. O UFC foi o grande responsável pela profissionalização do MMA. Isso porque legalizou e regulamentou o esporte na América do Norte e levou-o de vez para a Europa.

Guilherme Cruz - repórter da revista Tatame

O Pride fazia grandes eventos, lotava ginásios, mas não tinha uma equipe tão eficiente por trás. Para se ter uma ideia, o UFC quebrou, em abril, seu recorde de público (55 mil), enquanto o Pride constantemente fazia shows para quase 50 mil fãs (no UFC, a média de público é de aproximadamente 20 mil por show).

Muitos fãs ainda sentem falta do Pride pelos grandes shows que eles promoviam, pelas regras (eram mais permissivas), mas o UFC contribuiu muito para o crescimento do esporte.

Rafael Werneck - editor da NOCAUTE, suplemento da revista GRACIEMAG

O UFC alcançou hoje um patamar maior do que o Pride. As diferenças entre os dois eventos são muitas. O Pride era um show para o público japonês, enquanto o UFC tem uma visão mais global.

As diferenças vão desde a preparação para os eventos (as lutas no Pride eram anunciadas com muito menos antecedência), passando pela preocupação com o controle de doping, avaliação médica dos atletas e uniformização das regras. Os eventos do Pride, porém, eram mais shows.

A idolatria do povo japonês em relação aos atletas era algo comovente, com maior entendimento das técnicas de luta por parte do espectador. Enquanto isso, o público americano valoriza mais o espetáculo, muitas vezes em detrimento a uma bela técnica de chão, por exemplo.

Caju Freitas - blogueiro do No Mundo das Lutas

O Pride era um show. Os estádios estavam sempre lotados e marcou época. Contudo, o UFC profissionalizou o MMA e fez o show ficar mais atrativo para o público, com regras definidas.

Com a exceção das cotoveladas no solo, as regras do UFC são muito mais vendáveis à popularização do esporte. O UFC tem a grande vantagem de valorizar todas as categorias de peso. No Pride, somente os pesados e meio-pesados eram realmente valorizados com os maiores shows. Sem dúvida, Pride e UFC representam os dois maiores eventos de MMA de todos os tempos, mas o UFC é o mais importante para a história do MMA.

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