Um dos maiores clubes do mundo começa a encarar nesta terça-feira a dura realidade de tentar voltar à primeira divisão do futebol argentino. A estreia está marcada para as 19h10min, contra o Chacarita Juniors, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Quando deixar seu estádio, no entanto, o Millonário terá de enfrentar adversários não somente dentro de campo.

Os estádios do Atlanta, do Almirante Brown e do Deportivo Merlo, por exemplo, terão a honra de receber o maior campeão argentino da História.

— Tomara que o River possa vir jogar aqui. Já faz mais de 30 anos que isso não acontece — diz Hector Ruggeri, o zelador do estádio do Atlanta, o Don León Kolbovski.

Localizado no bairro de Villa Crespo, e com capacidade para 14 mil pessoas, é difícil imaginar que o River possa jogar ali. O campo é esburacado e o vestiário é pequeno e sem conforto. Um dos setores do estádio está interditado em meio a reformas.

Os trabalhos também estão a todo vapor em Merlo. Um novo muro está sendo levantado, já que o anterior ameaçava desabar. O gramado também foi todo trocado. No clube, há esperança em receber o Millonário.

— Temos condições de receber o River. Na temporada passada, o Rosario Central esteve aqui, e não tivemos problemas — lembra Juan Ramón Cabral, sócio do Merlo e que estava trabalhando na obra.

A arena de Merlo é a mais acanhada da B Nacional. O Estádio José Manuel Moreno tem capacidade para cinco mil espectadores e não possui iluminação artificial. Ou seja, se o jogo contra o River ocorrer à noite, receber o gigante argentino será apenas uma miragem da humilde localidade.

Melhores condições foram encontradas em Isidro Casanova, território do Almirante Brown. O estádio foi ampliado e está localizado dentro de um complexo com campos de treino.

— Criamos uma nova arquibancada, que já está liberada pelo Comitê de Segurança. Não seria necessário, pois não é permitida a entrada de torcedores visitantes. Todavia, o River será bem recebido — disse o presidente Juan Echeverría.

É bom o Millonário se acostumar, pois, até meados de 2012, os luxos terão de ser deixados de lado.