| 10/08/2011 17h20min
O tipo de câncer diagnosticado e confirmado hoje pelo Hospital Sírio-Libanês em Reynaldo Gianecchini – linfoma do tipo não Hodgkin – é o mesmo que afetou a presidente Dilma Rousseff há dois anos. Estimativas apontam que 1,5 milhão de pessoas sofrem com a doença no mundo.
No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 3 mil mortes anuais são associadas à enfermidade. Na maior parte dos pacientes, não é possível saber a causa do surgimento dos tumores. Especialistas identificam alguns fatores de riscos, como sistema imunológico comprometido, exposição química e à altas doses de radiação.
As chances de cura dependem de variáveis como o tipo de linfoma (dezenas já foram caracterizados) e o estágio da doença quando descoberta.
A doença
É um tipo de câncer caracterizado por tumores cancerígenos no sistema linfático, formado por vasos finos e gânglios (linfonodos) que atuam na defesa do organismo levando nutrientes e água às células e retirando resíduos e bactérias.
:: Tipos
Existem duas categorias: o linfoma de Hodgkin e o linfoma Não-Hodgkin. Há dezenas de tipos de linfomas dentro dessas categorias — uma lista dinâmica, em atualização constante.
O linfoma de Hodgkin é mais raro e atinge na maioria das vezes jovens e pessoas de meia idade. Já o Não-Hodgkin, como o que afetou o ator e a presidente Dilma, responde por 90% dos casos e atinge sobretudo pessoas com mais de 55 anos.
Os linfomas são classificados em quatro estágios. No estágio 1, observa-se envolvimento de apenas um grupo de linfonodos. Já no estágio 4, há envolvimento disseminado dos linfonodos.
Causas
Na maioria das ocorrências, não é possível definir o que causou o linfoma. Mas já são conhecidos alguns fatores de risco para o surgimento da doença. Os principais são:
:: Sistema imune comprometido - Pessoas com deficiência de imunidade, em conseqüência de doenças genéticas hereditárias, uso de drogas imunossupressoras e infecção pelo HIV, têm maior risco de desenvolver linfomas. Pacientes portadores dos vírus Epstein-Bar e HTLV1 e da bactéria Helicobacter pylori (que causa úlceras gástricas) têm risco aumentado para alguns tipos de linfoma.
:: Exposição química - Os linfomas estão também ligados à exposição a certos agentes químicos, incluindo pesticidas, solventes e fertilizantes. Herbicidas e inseticidas têm sido relacionados ao surgimento de linfomas em estudos com agricultores e outros grupos de pessoas que se expõem a altos níveis desses agentes químicos. A contaminação da água por nitrato, substância encontrada em fertilizantes, é um exemplo de exposição que parece aumentar o risco de ocorrência.
:: Exposição a altas doses de radiação.
Sintomas
:: Aumento dos linfonodos do pescoço, axilas e/ou virilha;
:: Sudorese noturna excessiva;
:: Febre;
:: Prurido (coceira na pele);
:: Perda de peso inexplicada;
:: A lista pode incluir outros sintomas que dependem da localização do tumor. Se a doença ocorre na região do tórax, por exemplo, os sintomas podem ser de tosse, falta de ar e dor torácica.
Diagnóstico
São necessários vários tipos de exames para determinar o tipo exato de linfoma e esclarecer outras características, reunindo informações úteis para a escolha do tratamento mais eficaz. Os métodos utilizados são:
:: Biópsia, ou retirada e análise de uma pequena porção de tecido, em geral linfonodos.
:: Exames de imagem.
:: Estudos celulares, que incluem, entre outros, a análise de cromossomos. Novos testes, bastante promissores, surgem a partir de trabalhos com a análise do genoma.
Tratamento
A maioria dos linfomas é tratada com quimioterapia, radioterapia ou ambos. A quimioterapia consiste na combinação de duas ou mais drogas, sob várias formas de administração, de acordo com o tipo de linfoma.
A radioterapia normalmente é usada para reduzir a carga tumoral em locais específicos, aliviar sintomas relacionados ao tumor e também consolidar o tratamento quimioterápico, diminuindo as chances de recaída em certas áreas do organismo mais suscetíveis.
Gianecchini está com linfoma do tipo não Hodgkin , conforme divulgou hoje o Hospital Sírio-Libanês
Foto:
Elton Lourenço
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