Atualizada às 21h52min

O ministro dos Transportes Paulo Sérgio Passos concedeu entrevista coletiva para explicar denúncias publicadas pela revista Istoé deste final de semana. A reportagem revela que, no ano passado, quando Paulo Sérgio Passos assumiu o ministério interinamente, ele liberou R$ 78 milhões para estudos suplementares para obras que foram consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União, e que as empreiteiras beneficiadas pelos recursos doaram mais de R$ 5 milhões a candidatos do Partido da República (PR), que comanda o Ministério dos Transportes, nas últimas eleições.

O ministro usou a coletiva para detalhar todos os contratos envolvendo as obras citadas pela revista. Segundo ele, a liberação desses créditos suplementares atende a um procedimento usual na administração pública de remanejamento dos recursos de obras que estão paradas para outras que estão em ritmo mais avançado. Ele admitiu porém que, no caso de trecho da BR-101, em que um contrato de duplicação da rodovia foi aumentado em 100%, podem ter ocorrido falhas na elaboração do projeto original.

As revistas Época e Veja que circulam neste final de semana também trazem novas denúncias envolvendo mais integrantes do Ministério dos Transportes e também do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Entre eles está o diretor de Infraestrutura Rodoviária, Hideraldo Caron, que é filiado ao PT gaúcho. Questionado sobre a possibilidade de que haja novas demissões na pasta, Passos respondeu que não pode descartá-las.

- Se houver razões que justifiquem o afastamento de outras pessoas, elas podem ser substituídas - disse.

Nos últimos 15 dias, foram afastados seis funcionários da cúpula do Ministério dos Transportes e do Dnit.

RÁDIO GAÚCHA