Quatro jogos em sequência sem vitória. Este é o Grêmio após a sétima rodada do Brasileirão. Na noite desta quarta, no Olímpico, buscou no final da partida contra o Avaí o empate em 2 a 2, com má atuação diante do time de pior defesa do campeonato. Ainda no calor do confronto, técnico e direção preferiram não falar em mudanças. Renato, por sua vez, explicou o resultado pela tensão que os jogadores enfrentaram em campo. E pediu desculpas aos torcedores, que estão perdendo a paciência.

— O Grêmio estava consciente no início da partida, infelizmente tomamos aquele gol. A tensão aumenta, é sempre difícil sair atrás. Tomamos outro gol e aí é difícil — disse o treinador. Acima de tudo tenho que parabenizar a entrega e a luta do grupo. Não era o resultado que queríamos, mas no outro lado também tinha uma equipe brigando para sair do buraco — completou.

Ainda com 31 rodadas a serem disputadas, Renato pede confiança.

— O que eu tenho a fazer é pedir desculpa para o torcedor. O campeonato é longo, tem muita coisa pela frente — projetou.

O Avaí abriu o placar no primeiro tempo. No segundo, ampliou para 2 a 0. De pênalti, o Grêmio diminuiu. E, no último minuto dos acréscimos, empatou.

Renato voltou ao tradicional esquema 4-4-2 com um losango no meio-campo para receber o Avaí em casa. Com o retorno de jogadores importantes, a confiança estava alta. Mas o resultado não foi o esperado, nem o desempenho.

— Talvez o Grêmio não esteja rendendo tanto porque temos dois ou três jogadores que não estão jogando tudo o que sabem, e isso é fatal para um time de futebol, isso estoura na equipe. Mas eles só vão readquirir o futebol deles jogando. No momento que tiver força total, o Grêmio vai subir na tabela — avaliou.

Durante a partida, as cobranças se dirigiram principalmente a jogadores como Douglas, Gabriel e Lúcio. Atletas experientes e de confiança do treinador.

— Às vezes o torcedor fica chateado e quer que eu tire o Douglas, mas talvez eles me critiquem se eu tirar o Douglas. Às vezes ele não joga tudo o que sabe, mas é o Douglas, não tenho um reserva igual a ele no grupo, que faça a função que ele faz, ele é acima da média. Se colocar o Douglas à venda amanhã, chove propostas. Todo mundo quer o Douglas. E mesmo que ele esteja mal no jogo, não posso tirar ele, em um lance pode decidir a partida. Craque não se tira — destacou.

Um exemplo de que as coisas não vão bem é a bola parada. Ponto forte do Grêmio no ano passado, de onde saíram muitos gols, hoje vem falhando.

— Vocês são testemunhas de quantas vezes a gente treina a bola parada na semana. Eles não desaprenderam, mas é o que eu falo, a tensão faz com que o jogador erre uma jogada simples — reiterou Renato.

Uma reunião nesta quinta vai definir que mudanças o departamento de futebol fará no Grêmio. Pode ser na comissão técnica, pode ser na direção, pode ser nos dois lados. O presidente Paulo Odone deixou a situação em aberto. Não irá se manifestar sobre decisões de cabeça quente.

Renato repetiu durante sua entrevista que não se deve fazer tempestade em copo d'água, apesar de também estar insatisfeito com os resultados.

— Quando cheguei (agosto de 2010), o Grêmio tinha disputado 39 pontos e ganhou 12. Precisou de um turno para ser campeão e chegar à Libertadores. Lógico que a gente quer ganhar e subir na tabela. Mas para quê tanto desespero? Eu não estou desesperado, confio na força do grupo, na diretoria, na torcida. Lógico que não vou me acomodar, mas é muita tempestade num copo d'água — resumiu.

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