Ainda no clima do tricampeonato da Copa Santander Libertadores, o elenco do Santos volta aos treinos depois de quatro dias de descanso e comemoração. Desfalcado de suas principais estrelas — Neymar, Ganso e Elano estão com a Seleção na Copa América — e com mais perdas em vista, o time à disposição do técnico Muricy Ramalho para o retorno ao Brasileirão será bem diferente daquele que conquistou a América.

Superar a "ressaca" da Libertadores e concentrar-se unicamente no Nacional não será fácil.

Se os desfalques em razão da Copa América já incomodavam, a Seleção sub-20 deve complicar ainda mais as dores de cabeça do técnico nos próximos dias. Convocados por Ney Franco para a disputa do Mundial Sub-20, na Colômbia, o lateral-esquerdo Alex Sandro, o polivalente Danilo e o reserva Felipe Anderson desfalcarão o time a partir de julho. Alan Patrick, também convocado, está acertado com Shakhtar Donetsk (UCR) e não deve mais atuar com a camisa do Peixe.

Também negociados, os atacantes Zé Eduardo, vendido ao Genoa (ITA), e Maikon Leite, já apresentado no Palmeiras, deixam a situação ainda mais crítica no setor ofensivo. Keirrison, que poderia ganhar chances no time titular, pertence ao Barcelona (ITA) e tem contrato de empréstimo só até julho. Não deve ser renovado. Borges, o homem de confiança de Muricy, deve assumir de vez o papel de referência da equipe. Até mesmo Rychely, que teve poucas chances até agora, e Diogo, cortado do grupo na Liberta, podem ganhar uma sequência de jogos no Nacional.

Borges vira o ‘astro’ no retorno ao Brasileirão

Desde a contratação e a estreia pelo Santos, o desempenho de Borges impressiona. Em dois jogos disputados no Brasileirão, já são três gols marcados e o carinho imediato da torcida. Sem os jogadores mais badalados na volta ao Campeonato Brasileiro, o atacante assume o papel de referência no time e a responsabilidade de balançar redes. E a missão deve começar já na quarta-feira, contra o Figueirense, fora de casa.

Na Copa Libertadores, inclusive, Borges só não jogou porque já havia atuado pelo Grêmio na competição. Com a saída de Zé Eduardo, deve assumir a titularidade absoluta no ataque ao lado de Neymar, com quem ainda não teve a chance de atuar.

A boa relação com a torcida desde a chegada também dá confiança no início do trabalho, já que Borges deixou seus dois últimos clubes (São Paulo e Grêmio) em atrito com as torcidas. A intimidade com Muricy Ramalho também ajuda, já que os dois trabalham juntos pela terceira vez.

Com os reforços que devem chegar até o fim do ano, uma boa campanha e gols no Brasileiro podem lhe garantir uma vaga no time que disputará o Mundial.