Nome mais polêmico da lista de Rubén Magnano para os treinos visando ao Pré-Olímpico de Mar del Plata, o americano Larry Taylor não vê a hora de se apresentar ao treinador e vestir pela primeira vez a camisa da Seleção Brasileira, o que acontecerá em 4 de julho.

– Eu estou muito feliz no Brasil e tenho vontade de jogar pela seleção. Sempre foi um sonho meu jogar uma Olimpíada e agora tenho a oportunidade – disse o jogador.

Ainda que sua naturalização não tenha saído – o processo começou em março -, o armador de 30 anos mostra estar pronto para o desafio e não se incomoda com o fato de sua convocação não ser uma unanimidade no meio do basquete.

– Para mim é uma grande oportunidade defender a Seleção. Sei que há pessoas que gostam da ideia (de ter um estrangeiro na seleção) e outros que não gostam nem um pouco. Mas farei meu máximo pelo país e não pensarei muito neste assunto. Não posso fazer todo mundo feliz.

Depois de três anos vivendo no Brasil, mais especificamente em Bauru – onde defende o time da cidade -, o atleta nativo de Chicago já se sente brasileiro. Tanto que fez questão de responder às perguntas em português e mostrou muita intimidade com o idioma. Escrever bem o português, aliás, é uma das exigências para uma pessoa poder se naturalizar.

De férias em sua cidade natal, Larry não está acompanhando de perto o processo para a obtenção de sua nova cidadania. Por isso mesmo não consegue esconder a ansiedade para que a situação esteja resolvida até 30 de agosto, data de início do Pré-Olímpico de Mar del Plata.

– Não sei ainda o que falta no processo. Todos os documentos foram entregues. Agora só posso mesmo esperar – disse o jogador,  que só retornará ao Brasil no dia 29.

A expectativa não diz respeito apenas à obtenção do novo passaporte. Larry também tem dúvidas de como será aceito pelo grupo de jogadores. Dos outros 19 convocados, ele teve contato apenas com os dez que atuam no país.

– Não sei como serei recebido. Tenho respeito por todos os outros jogadores. Sei que são ótimas pessoas – afirmou o americano, que terá a companhia de Douglas Nunes, colega de equipe no Bauru.

Armador é amigo de astro da NBA

Larry nunca jogou em nenhuma equipe profissional dos Estados Unidos, mas mesmo assim conseguiu desenvolver uma grande amizade com Dwyane Wade, armador do Miami Heat, que também é nascido em Chicago. Quando ambos estão na cidade, costumam se encontrar para conversar e jogar basquete.

– Ele é muito amigo meu.  Faz uns 11 anos que a gente se conhece. Estudei na mesma faculdade que o irmão dele e sempre estávamos reunidos – contou o armador da Seleção Brasileira.

Caso o Brasil se classifique para os Jogos Olímpicos de Londres e Larry seja convocado, haverá grande chance de um encontro entre ambos, uma vez que o armador do Heat é nome praticamente certo para defender do Dream Team.