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Esportes  | 18/06/2011 15h13min

Grêmio bonzinho? Dinho e Mauro Galvão analisam a equipe mais disciplinada do Brasileirão

Time de Renato é o que menos cometeu faltas em quatro rodadas da competição

Lucas Rizzatti  |  lucas.rizzatti@zerohora.com.br

Alojado na nona colocação, o Grêmio surpreende nesta largada de Brasileirão por liderar outra tabela: é o time que menos faltas cometeu até agora, uma média de 14 infrações por jogo, ou 56 no total. Os números surpreenderam os torcedores. Estaria o Grêmio se desprendendo de suas tradicionais raça e pegada? Para dirimir essa dúvida, o clicEsportes ouviu jogadores que fizeram história no clube desmanchando as jogadas rivais. Apesar de estilos diferentes, quase opostos em campo, Dinho e Mauro Galvão não dispensavam uma boa e velha falta.

> Renato sobre poucas faltas: "Ordem minha"

Para comparar 1
No histórico Grêmio 5x0 Palmeiras (foto), pela Libertadores, em 1995, mesmo com a goleada, o time de Felipão aplicou 30 faltas no rival, mais da metade da média da equipe de Renato no Brasileirão. Em 2008, na campanha do vice nacional, o Grêmio chegou à reta final com a média mais alta de faltas cometidas: 24,45 por partida.


Campeão da Libertadores em 1995 e do Brasileirão em 1996, Dinho acredita que o futebol não é mais o mesmo de outras décadas. A marcação, argumenta, está cada vez mais baseada no porte físico. Malandragem e intimidação pouco adiantam hoje, mesmo em jogadores mais novos. Mesmo assim, vê na marcação, e na falta, a chance de controlar uma partida.

— Acho que o estilo (poucas faltas de Renato) foge um pouco das características do Rio Grande. Aqui, sempre se fez falta no bom sentido para parar as jogadas. Mas se o Renato tem essa filosofia...


Dinho: sinônimo de raça no Grêmio até hoje
Foto: Fernando Gomes


Conhecido pelo seu estilo elegante e de carrinhos precisos na bola, Mauro Galvão surpreende. Afirma que nunca se preocupou com o número de infrações cometidas. Defende a "falta tática", aquelas infrações longe da área, que não resultem em cartões amarelos. Colega de Dinho no bicampeonato brasileiro de 96, Mauro Galvão, hoje diretor de futebol do Avaí, discorda da fama de violento atribuída muitas vezes à equipe de Luiz Felipe Scolari. Segundo Galvão, marcar era um fundamento natural, e as faltas, uma consequência de um time forte fisicamente.

— Às vezes, você acaba entrando mais forte. Mas não éramos faltosos — defende Galvão. — E tem outra: ninguém gosta de ser fortemente marcado. Aí você chama o marcador de violento. Cada um joga com as suas armas.


Técnico e elegante, Galvão também sabia chegar forte
Foto: Valdir Friolin


Hoje sócio de Carlos Miguel em empresa de prospecção de jovens talentos, Dinho lembra que no Grêmio de Felipão todos tinham que marcar. Inclusive os meias habilidosos. O ex-volante levanta o caso de Douglas no Grêmio, que tem menos responsabilidades de combate no time de Renato. Arílson, Carlos Miguel e inclusive o franzino Paulo Nunes foram "enquadrados" no esquema de sufoco total, confirma Dinho.

— O Felipão não pedia para o time ser desleal. A ideia era não deixar ninguém jogar, e parar se tiver que parar, algo diferente do que o Renato está pedindo — argumenta. — Esse estilo se tornou o cartão de visitas do futebol gaúcho.

Para comparar 2
O Palmeiras é o time com maior média de faltas no Brasileirão (22,3 por jogo/89 no total). Curiosamente, é treinado pelo mesmo Felipão que comandou Dinho e Mauro Galvão no Grêmio. O Inter de Falcão não fica longe, com média de 19,3 por jogo ou 77 no total.


Além da personalidade do técnico, outros fatores podem influenciar a média de faltas da partida, como o estilo do árbitro. Mauro Galvão cita o gaúcho Leandro Vuaden, da Fifa, que tem sua marca registrada: deixar o jogo correr. Com isso, menos faltas ao final de 90 minutos. O comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba relativiza as estatísticas. Segundo Gaciba, fazer mais faltas não implica uma equipe com mais raça ou pegada.

— Se o Grêmio é o time que menos falta comete, mas tem bastante cartões (oito amarelos e um vermelho), nos parece que está fazendo faltas fortes ou desnecessárias.

Depois dos números, hora de entrar em campo. As dúvidas sobre o Grêmio "bonzinho" podem ser dissipadas neste domingo, às 16h, contra o Vasco, no Olímpico.


> O que eles dizem

Dinho, ex-volante do Grêmio
"Foge um pouco das carcacterísticas do RS. Sempre se fez falta no bom sentido para parar as jogadas"


Mauro Galvão, ex-zagueiro do Grêmio
"Eu prefiro fazer mais faltas e ser campeão. O importante é não fazer falta perto da área. Longe do gol, pode ser um recurso inteligente"


Leonardo Gaciba, comentarista de arbitragem
"O Grêmio foi o terceiro colocado no troféu fair play do Gauchão. Era um time que jogava limpo, e o Renato gosta disso, é a cara dele.


Renato, técnico do Grêmio
"Uma equipe que faz muita falta está mal colocada em campo, porque o jogador está atrasado e chega fazendo falta"

 

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