Notificado pelo governo do Estado no final da tarde, o Ministério da Saúde confirmou na noite desta quarta-feira que a morte de uma mulher em Três Passos, no Noroeste, é a primeira provocada pela gripe A no Brasil neste ano. A vítima era uma mulher de 48 anos, residente em Anta Gorda.

Com a primeira morte causada pelo vírus H1N1, a secretaria estadual de Saúde anunciou que o RS deve voltar a ficar em alerta para doença. No entanto, as autoridades considerem o caso isolado e assegurem que, por enquanto, é cedo para se cogitar uma nova epidemia.

Neste ano, o Estado recebeu 87 notificações de casos suspeitos da doença — o óbito em Anta Gorda, além de outros dois casos confirmados, em São Gabriel e Camaquã. Apesar da morte, a secretaria avalia que a situação está sob controle no Estado até o momento.

— Por enquanto, estamos monitorando os casos de hospitalização por infecção respiratória. Mas não há motivos para pânico — garante o secretário estadual da Saúde, Ciro Simoni.

Conforme o secretário, todos os municípios gaúchos contam com medicamento antiviral para combater o H1N1.

— Estamos preparados para novos casos que venham a surgir. A orientação é de que os pacientes que apresentarem os sintomas característicos sejam medicados imediatamente, antes mesmo da confirmação da doença — disse Simoni.

Primeira vítima não foi imunizada

A primeira vítima da Influenza A no pais este ano não foi imunizada contra a doença, pois não estava incluída no grupo de risco da campanha de vacinação — que imunizou crianças de seis meses a dois anos e pessoas acima dos 60 anos. Mesmo assim, o governo ainda não vê necessidade de estender a imunização para outras faixas etárias.

— O que iremos fazer é oferecer a vacina para casos que apresentarem risco, como doenças crônicas respiratórias. Com orientação médica, essas pessoas poderão buscar a vacina nos postos de saúde — confirmou o secretário.

O governo estadual recebeu 1,9 milhão de doses para a campanha de vacinação deste ano. Com a imunização de quase 80% do grupo considerado de risco, foram distribuídas 1,3 milhão de doses até agora. O restante continuará à disposição no sistema público de saúde para os que ainda não se vacinaram e para os casos de orientação médica.

Conforme a chefe da Vigilância Epidemiológica do Estado, Marilina Bercini, o vírus que causou a morte da moradora de Anta Gorda é o mesmo identificado em 2009 — quando o RS registrou 3,5 mil casos. No ano passado, quando a população inteira foi imunizada, não houve registro da doença.

— O vírus diminuiu a circulação, mas não desapareceu no mundo, continuou circulando em outros locais. No ano passado, não tivemos casos, mas era previsto que pudesse retornar — disse Marilina.