Depois de participar do treino da Seleção Brasileira no estádio do Pacaembu, o ex-jogador Ronaldo Fenômeno participou de um evento publicitário. Ele foi homenageado por uma empresa que é cliente da 9ine, sua agência de marketing esportivo.

Na entrevista coletiva, Ronaldo falou da carreira, da despedida e dos projetos pessoais e profissionais. O primeiro assunto foi o treino com o time de Mano Menezes. 

— Estou bem dolorido. Cansado. Não será fácil aguentar os 15 minutos em campo amanhã. Cheguei a pedir para o doutor Runco (médico da Seleção) uma injeção. Agora pode ser até doping, se for suspenso já estarei aposentado — brincou.

Sobre os atacantes da nova geração, Fenômeno afirmou que novos craques estão surgindo e apontou Neymar como seu sucessor no ataque da Seleção: 

— Não tenho pretensão de ser insubstituível e não ficaremos órfãos de um grande craque. O Neymar tem esse perfil e margem para melhor técnica, tática e fisicamente. É a aposta do futuro.

De toda a carreira, Ronaldo elegeu a Copa do Mundo de 2002 como a principal lembrança e creditou o amor ao futebol à superação que precisou ter depois de várias lesões.

Ele também mencionou a frustração de não mais atuar profissionalmente. 

— Queria poder jogar muito mais tempo, jogar para sempre e sem sentir dor. Queria jogar a Copa de 2014 aqui no Brasil. Eu adoro esse tipo de pressão, de ter que ganhar em casa, mas infelizmente o tempo chegou para mim.

Questionado sobre a sua participação na organização do Mundial, Ronaldo informou que faz parte do Comitê Organizador Local de Sâo Paulo e que acredita que o país vai se superar nesses anos que faltam para a competição: 

— Sou contra os pessimistas. Tenho certeza de que o governo federal e os estaduais vão fazer a melhor Copa do Mundo. Tudo vai mudar para melhor na estrutura de aeroportos, estradas e estádios. A Copa e as Olimpíadas vão deixar um legado social que não tem preço. Não haverá outro momento com tamanho investimento na melhoria das cidades.

Quanto ao projeto social que está iniciando, Ronaldo disse que a Fundação Criando Fenômenos será diferente das demais instituições mantidas por jogadores no Brasil: 

— Não teremos espaço físico. O que faremos é se associar e potencializar as outras fundações que já existem.

O ex-jogador também explicou a função na sua empresa de marketing esportivo. Ronaldo projeta o mesmo sucesso dos gramados: 

— Quero ser um fenômeno também na publicidade e no marketing esportivo. Na agência, opino, participo das discussões. Estou sempre no escritório desenvolvendo campanhas. Não sou especialista, mas tenho que aprender e estou disposto a isso.

Ronaldo se despede oficialmente da Seleção nesta terça-feira em amistoso contra a Romênia, mas confirmou que este não será o seu último jogo. 

— Como minha saída do Corinthians pegou todos de surpresa, ainda jogarei uma partida pela equipe. Quero esse último contato com a torcida — adiantou.