Notícias

Esportes  | 06/06/2011 12h04min

Para Minotauro, disputar o UFC no Brasil será a realização de um sonho

Ex-campeão dos pesados, baiano espera reconquistar cinturão

Tomas Hammes  |  tomas.rodrigues@rbsonline.com.br

O nome Antônio Rodrigo Nogueira pode até ser desconhecido para a maioria dos fãs do esporte. Mas, quando é anunciado no octógono o apelido Minotauro, só o adversário não vibra. A mesma vibração que, agora, tende a ocorrer no dia 27 de agosto, no Rio de Janeiro, quando o baiano de Vitória da Conquista lutará no UFC Brasil (134) contra o americano Brendan Schaub. Um passo importante na sua estratégia de tentar reconquistar o título da categoria, perdido em 2008 para o também americano Frank Mir no UFC 92.

É mais um desafio na vida do lutador de 35 anos, que desde pequeno passou por provações. Aos 10 anos, foi atropelado por um caminhão. Ficou uma semana em coma e um ano em recuperação no hospital. Em suas costas, uma visível cicatriz lembra o grave acidente. Para se recuperar, recebeu a sugestão de que praticasse um esporte: escolheu o judô. Aos 18, decidiu viver da luta. Mal sabia ele que, 25 anos depois do atropelamento, o destino o levaria ao reconhecimento como um dos maiores nomes de vale-tudo (Mixed Martial Arts ou MMA).

Fã "como a grande maioria dos brasileiros" de Ayrton Senna, Minotauro tem um currículo invejável: 32 vitórias, seis derrotas, um empate e um sem resultado. Especialista em boxe e jiu-jitsu, acumula triunfos contra nomes como o croata Mirko Cro Cop, os americanos Randy Couture e Bob Sapp e o brasileiro Fabrício Werdum. Além disso, é o único lutador peso-pesado a ostentar os cinturões tanto do Pride — já extinto — quanto do UFC. Sem lutar desde 20 de fevereiro de 2010, quando foi nocauteado pelo americano Cain Velasquez, o brasileiro passou por duas cirurgias (quadril e joelho) para estar apto a voltar ao octógono.

Confira os principais trechos da entrevista concedida por e-mail

clicEsportes — Quando criança, você foi atropelado por um caminhão. Conte um pouco sobre o que ocorreu.
Minotauro —
Eu tinha 10 anos, estávamos brincando na rua, um caminhão deu ré e acabou me atropelando. Fiquei mal. Tive sequelas no tórax e perna, uma semana em coma. Fiquei um ano no hospital.

clicEsportes — Como surgiram as lutas na sua vida? Quantos anos você tinha quando começou a praticar as modalidades?
Minotauro —
É até engraçado. Para ajudar na minha recuperação do acidente, o médico indicou a prática esportiva, acabei escolhendo o Judô e nunca mais parei.


Minotauro (E) no Pride Shockwave   Foto: Divulgação 


clicEsportes — Qual foi a primeira grande luta que você disputou?
Minotauro —
Minha primeira luta foi nos Estados Unidos, no evento World Extreme Fighting (WEF) 5, contra o americano David Dodd. Finalizei no primeiro round com um crucifixo (técnica de estrangulamento de jiu-jitsu).

clicEsportes — Você já conquistou o título tanto no Pride quanto no UFC, os dois principais torneios da história do MMA. O que isso significa?
Minotauro —
Significa muito na carreira do atleta, para a gente que vive e se dedica à luta exclusivamente. Conquistar esses importantes cinturões é chegar ao topo.

clicEsportes — No seu currículo, estão vitórias sobre Randy Couture, Bob Sapp, Cro Cop e Fabricio Werdum. Qual foi a mais complicada?
Minotauro —
Todas foram muito difíceis. Adversário sempre será adversário, mas o combate com o Sapp, pelo Pride Shockwave (em 2002), no Japão, foi pedreira. A diferença de peso era grande (101kg a 171kg). O cara parecia um monstro. Passei maus momentos. Cheguei a dar uma desligada quando ele me jogou de cabeça no chão. Consegui me defender dos ataques, suportar os golpes, ter tranquilidade para trabalhar o meu jogo e chegar à finalização (chave de braço).

clicEsportes — Você perdeu duas vezes para o Fedor Emilianenko (Pride 25 em 2003 e Pride Final Conflict em 2004). Ele foi o adversário mais complicado na sua carreira?
Minotauro —
O Fedor é um dos grandes lutadores que o mundo já viu. Enfrentá-lo foi, sem dúvida, bastante complicado. Na época, eu vinha vencendo tudo e ele conseguiu me superar com todo o mérito.

clicEsportes — Ainda sonha em reconquistar o cinturão dos pesados?
Minotauro —
Com certeza! Se não fosse por isso, não faria sentido todo esse sacrifício.

clicEsportes — Você não luta desde o ano passado quando perdeu para o Cain Velasquez. Como foi esse período?
Minotauro —
Foi uma época difícil. Passei por duas cirurgias (quadril e joelho). Precisava curar essas lesões que vinham me limitando nos combates.

clicEsportes — O que você espera da luta contra o Brendan Schaub no UFC Brasil?
Minotauro —
Vou dar uma olhada nas lutas dele. Sei que é bom no Boxe, na distância, mas estou preparado para a trocação (de socos). Não vou escolher onde levar a luta, onde a luta for vou tentar fazer o meu melhor. Quero estar na minha melhor forma, bem fisicamente. Confio em mim. Estou focado em me apresentar na melhor forma física. Ele é um cara grande, tem boa distância, um wrestler bom, um soco forte. Mas vou com tudo.

clicEsportes — E a oportunidade de lutar no Brasil? Qual sua expectativa sobre o evento?
Minotauro —
Nunca lutei no Brasil. É a realização de um sonho. Lutar onde moro, em casa. Vai ser bacana, emocionante. O evento tem tudo para superar todas as expectativas, casa cheia, público empolgado. Vamos mostrar aos gringos que o Brasil também é o país do MMA.

CLICESPORTES
Divulgação / 

Minotauro (D) na luta contra o lendário Randy Couture no UFC 102
Foto:  Divulgação  / 


Leia mais sobre MMA no blog No Mundo das Lutas
Comente esta matéria

Notícias Relacionadas

17/05/2011 18h25min
Mauricio Shogun e Paulo Thiago confirmados no UFC Brasil
20/04/2011 09h32min
Catarinense Thiago Tavares irá lutar no UFC 134 no Rio de Janeiro
 
SHOPPING
  • Sem registros
Compare ofertas de produtos na Internet

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.