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 | 02/06/2011 09h57min

Criciúma celebra 20 anos da conquista da Copa do Brasil nesta quinta-feira

Troféu é até hoje a maior façanha de um time catarinense

Marcelo Becker  |  marcelo.becker@diario.com.br

Duas décadas se passaram desde que o Criciúma empatou em 0 a 0 com o Grêmio, no Estádio Heriberto Hülse, e foi campeão da Copa do Brasil. Naquela noite de 2 de junho de 1991, o gesto do capitão Itá ao erguer o troféu, diante de uma torcida emocionada e enlouquecida, representou muito mais do que o merecido passaporte para a disputa da Libertadores. Até hoje é maior feito da história do futebol catarinense.

Como o Criciúma conseguiu aquela façanha? O “ensaio” para a campanha vitoriosa que chamou a atenção de todo o país, na verdade, havia começado no ano anterior, quando o Tigre disputou a Copa do Brasil e, de maneira surpreendente, chegou até a semifinal contra o Goiás, para quem perdeu nos pênaltis, em Goiânia.

— Deixamos para trás times muito tradicionais, como o Internacional, o Coritiba e o São Paulo, três grandes equipes, mas levamos muito azar nas cobranças de pênaltis em Goiás — lembra o zagueiro Wilson, que desperdiçou uma das penalidades.

No ano seguinte, de volta à competição, o Tigre retomou sua luta com as garras afiadas, mas em uma situação curiosa. O time havia feito uma campanha muito ruim na segunda divisão do Campeonato Brasileiro e o técnico Luiz Felipe Scolari pensava que não teria vida longa no Criciúma, tanto que, na estreia da Copa do Brasil, no 1 a 1 com o Ubiratan (MT), o comandante foi o interino Luiz Gonzaga Milioli.

Felipão balançou no cargo, ficou e mostrou seu trabalho

Para sorte do Criciúma, Felipão ficou no cargo. E a continuidade deu força ao time para encarar e deixar para trás o Atlético Mineiro, o próprio Goiás, carrasco de 1990, o Remo, até chegar à final contra o Grêmio.

Era um duelo de um supermotivado Tigre, do interior catarinense, contra um tricolor da Capital gaúcha que até campeão do Mundo já havia sido, mas que tinha a moral destroçada por um rebaixamento à segunda divisão duas semanas antes.

E o Criciúma foi de peito erguido para o primeiro confronto na casa do adversário. Aos 15 minutos, o zagueiro Vilmar, após cobrança de escanteio, cabeceou para fazer Criciúma 1 a 0. O Grêmio só conseguiu empatar em um pênalti, convertido por Maurício aos 38 do segundo tempo.

— Antes daquele jogo, no hotel onde estávamos, senti que seríamos campeões. O padre Pedro (amigo pessoal do técnico Felipão) fez uma pequena palestra aos jogadores, depois o Felipe fez a preleção dele e, por último , eu mesmo fiz um discurso. Naquele momento percebi que ninguém nos tiraria aquele título — lembra o ex-presidente Moacir Fernandes, que hoje se desligou do futebol do clube para cuidar da sua empresa de construção civil.

O resultado de 1 a 1, garantido em Porto Alegre, deu vantagem ao Criciúma, que seria campeão com um 0 a 0 na partida decisiva, em Criciúma. Foi um jogo nervoso e emocionante, mas totalmente controlado técnica e taticamente pelo time da casa. O Tigre massacrou o Grêmio e, embora não tenha balançado as redes do goleiro Sidmar naquela noite, escreveu uma nova, e até hoje insuperável, marca no futebol do Estado: a de primeira equipe de Santa Catarina campeã da Copa do Brasil e ainda a única que teve o privilégio de disputar uma Libertadores!

Detalhes da decisão de 1991

CRICIÚMA (0)

Alexandre; Sarandi, Vilmar, Altair e Itá; Roberto Cavalo, Gélson, Grizzo (Vanderlei) e Zé Roberto; Soares e Jairo Lenzi
Técnico: Luís Felipe Scolari

GRÊMIO (0)

Sidmar; Chiquinho, João Marcelo, Vilson e Hélcio; Norberto, Donizete Oliveira, João Antônio e Maurício; Nando (Darci) e Caio
Técnico: Dino Sani

— Local: Estádio Heriberto Hülse
— Público: 20.854
— Árbitro: Claudio Cerdeira, auxiliado por Paulo Alves e Luiz Barbosa

DIÁRIO CATARINENSE
 
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