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 | 15/05/2011 15h02min

Sonho do tricampeonato do Avaí no Catarinense fica pelo caminho

Leão não conseguiu repetir um bom Estadual

Melissa Bulegon  |  melissa.bulegon@diario.com.br

A busca pelo tricampeonato avaiano no Campeonato Catarinense não deu certo. Com uma estratégia mal-sucedida no início da competição, o Leão não conseguiu repetir as atuações dos dois últimos anos. E viu o sonho ficar pelo caminho.

Sob o comando do então técnico Vágner Benazzi, o Leão amargou de início duas derrotas consecutivas — Chapecoense e Brusque — atuando com um time mesclado com jogadores reservas e da Sub-23. Enquanto isso, o elenco principal fazia intertemporada no Rio Grande do Sul.

O péssimo desempenho nas primeiras rodadas fez com que a equipe titular entrasse em campo com a responsabilidade de arrumar a casa. E não deu certo. Diante do Criciúma e do Imbituba, nem o retorno do ídolo Marquinhos foi suficiente e o Leão sofreu outras duas derrotas. Figurando na zona de rebaixamento da competição, o time conquistou o seu primeiro ponto no empate sem gols com o Metropolitano no dia 30 de janeiro.

Reação tardia
Depois de quatro derrotas e um empate, o Avaí finalmente venceu a sua primeira partida na sexta rodada do Campeonato Catarinense. Na Ressacada, o Leão bateu o Joinville por 2 a 1 e deixou a lanterna da competição. Ainda com esperanças de classificar para as semifinais do Estadual, o Avaí foi com tudo para o primeiro clássico do ano. A equipe arrancou um empate diante do rival Figueirense no Orlando Scarpelli. Mas, o 2 a 2 foi um balde de água fria nas intenções do time azurra.




Apesar das vitórias nas duas últimas rodadas — sobre o Marcílio Dias e o Concórdia — o Leão terminou em oitavo lugar na tabela e ficou de fora das fases de mata-mata do primeiro turno Catarinense. Para piorar, viu o arqui-inimigo chegar a final com o Criciúma. O alento da torcida azurra foi ver o Tigre derrotar o inimigo e se sagrar campeão.

Mudança no comando
O péssimo desempenho e as atuações irregulares levaram a diretoria a demitir o técnico Vagner Benazzi dois dias depois da partida contra o Concórdia. O treinador havia assumido o Avaí durante o Campeonato Brasileiro de 2010. Desde então, salvou a equipe do rebaixamento e chegou às quartas de final da Copa Sul-Americana. Ao todo, Benazzi acumulou oito vitórias, quatro empates e dez derrotas à frente do Leão.

Para tirar o clube da situação incômoda, um dia depois a diretoria anunciou o retorno do técnico Silas. Com ele no comando do time, o Leão quebou um tabu de 12 anos e conquistou o Catarinense de 2009. O técnico também dirigiu a equipe em 2008, na campanha do acesso à Série A, e em 2009, quando o time terminou o Brasileirão em sexto lugar — a melhor campanha na história da competição.

 

O retorno do treinador mais vitorioso do clube veio selar a paz com a torcida azurra. O técnico virou vilão na Ressacada por causa de algumas declarações que deu quando era treinador do Grêmio, em 2010. Na época, afirmou ter um sentimento maior pelo clube gaúcho do que pela equipe catarinense, além de ser apontado como responsável pela expulsão do meia Caio em uma partida entre os dois times pela Copa do Brasil. Em sua reapresentação como treinador, Silas pediu perdão aos torcedores e declarou tudo estava resolvido.

Um time, duas competições
O desafio de Silas em seu retorno à Ressacada não era apenas o de recuperar o clube no Catarinense. Nem bem uma semana depois, o Avaí estreou na Copa do Brasil com goleada de 3 a 0 diante do Vilhena, em Rondônia, e eliminou o confronto de volta. E o treinador passou a ter que administrar o time nas duas competições. Com a sequência de partidas também vieram as lesões e os desfalques pelo desgaste físico.

Depois do triunfo fora de casa, o time do Sul da Ilha encarou o primeiro jogo pelo returno no Catarinense. Diante da Chapecoense, no Índio Condá, a equipe não conseguiu repetir o bom resultado e foi derrotada por 2 a 0. O reencontro do técnico Silas com o torcedor foi no dia 9 de março. A vitória pelo placar de 4 a 2 diante do Brusque, que surgiu com os erros do adversário, deixou claro as dificuldades da equipe. Mostrando dificuldades, a equipe não convenceu a torcida na Ressacada, que chegou a vaiar em alguns momentos.

Na partida seguinte, outra decepção: empate em casa em 2 a 2 com o Criciúma. O Leão chegou a abrir vantagem de dois gols, mas acabou cedendo o empate ainda na etapa inicial. Além disso, jogou quase todo o segundo tempo com um homem a mais e mesmo assim não conseguiu tirar proveito da vantagem numérica. Na classificação geral, a situação azurra seguia preocupante: o time estava a apenas dois pontos do vice-lanterna do Catarinense, o Imbituba.

Desempenho irregular
Depois de ter dado uma pausa no Estadual para enfrentar o Ipatinga e empatar em 1 a 1 fora de casa pela Copa do Brasil, o Avaí fez até então a sua melhor apresentação no Campeonato Catarinense. Com William inspirado, o Leão venceu o Imbituba no Emília Mendes Rodrigues por 4 a 0.

A torcida ganhou confiança com o novo triunfo na partida seguinte. Na Ressacada, a vitória de 3 a 1 sobre o Metropolitano colocou o time, pela primeira vez no ano, entre os melhores do returno do Estadual. Mas, o Joinville brecou de forma arrasadora a boa fase do Avaí. Na Arena, o JEC goleou o Leão por 4 a 0.

Após uma nova pausa para a Copa do Brasil — vitória de 4 a 1 sobre o Ipatinga, em casa, e vaga nas oitavas de final —, o Leão recebeu o inimigo Figueirense com a missão de buscar a recuperação. Só que o rival levou a melhor: ganhou por 1 a 0, com gol de Reinaldo, depois de três anos de empates em clássicos no Catarinense. O resultado fez o Alvinegro subir para a segunda posição na tabela e o Leão cair para o quarto lugar.

 

Para seguir com chances de se classificar às semifinais do returno, o Avaí foi a Itajaí encarar o Marcílio Dias. E conseguiu ganhar fôlego na competição: Marquinhos, aos 50 minutos do segundo tempo, garantiu a vitória por 2 a 1 e manteve o Leão vivo no Estadual.

Fim do sonho do tri
Antes da última rodada do returno, veio o empate em 2 a 2 no Rio com o Botafogo, pela Copa do Brasil. O resultado contribuiu para a moral do time e deu ânimo para o jogo com o já rebaixado Concórdia. Na Ressacada, com um time misto, o Leão goleou o adversário por 4 a 0, com direito a gol dos estreantes Maurício Brito e Peu, das categorias de base do clube.

O triunfo classificou o Avaí para as semifinais diante do rival Figueirense. E deu o direito a vingança pela derrota em casa na fase classificatória. Antes do clássico, um feito inédito que deu ainda mais ânimo para o duelo: passagem às quartas de final da Copa do Brasil após o empate em 1 a 1 com o Botafogo. O time de Silas ignorou o fato de jogar no Orlando Scarpelli e a vantagem que o Figueirense tinha em atuar pelo empate e derrotou o arquirrival por 2 a 0, garantindo vaga na final do returno do Estadual 2011 contra a Chapecoense.  

 

O Avaí chegou a estar vencendo o confronto no Índio Condá por 2 a 0, Só que o Verdão do Oeste tinha feito melhor campanha e com um empate passava à final do Catarinense. E, em um apagão do time azurra, a Chapecoense buscou o 2 a 2 e eliminou o Leão. Foi o fim do sonho do tricampeonato estadual.



Necessidade de escolha
Após a eliminação no Estadual, o técnico Silas declarou em duas entrevistas que foi preciso escolher uma das competições — Catarinense e Copa do Brasil — que o Avaí estava disputando. 

— Não íamos ter perna para aguentar. Às vezes a gente sofre por uma desclassificação, mas o bom é inimigo do melhor. E a gente perdeu aquilo que era bom, mas o melhor está aí, na nossa mão — enfatizou, referindo-se a chance de ganhar a Copa do Brasil.

Se no Catarinense o Avaí virou espectador, na competição nacional o time é cada vez mais protagonista. Após a derrota por 1 a 0 no Morumbi para o São Paulo, o Leão fez um feito histórico: derrubou, de virada, o Tricolor paulista com uma vitória por 3 a 1 na Ressacada. Agora, encara o Vasco nas semifinais. 

— Não ganhamos nada ainda, mas demos um passo importante. E vamos brigar com o Vasco agora assim como a gente brigou com o São Paulo, de igual para igual — avisou Silas.

É o Avaí frustado do Campeonato Catarinense que se transformou no time de guerreiros da Copa do Brasil. 

 

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