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 | 07/05/2011 08h11min

Gre-Nal sem pitbulls: cães de guarda da Dupla, Guiñazu e Adilson torcem de longe no clássico

Suspensos, volantes de intensa marcação têm histórico importante em Gre-Nais

Lucas Rizzatti  |  lucas.rizzatti@zerohora.com.br

Pouco antes das 16h deste domingo, quando Grêmio e Inter ingressarem no gramado do Beira-Rio, os torcedores certamente sentirão falta de duas figuras carimbadas da história recente do clássico, com o perfil típico do duelo mais importante do Estado.

Suspensos da decisão (por expulsão e terceiro cartão amarelo, respectivamente), Guiñazu e Adilson desfalcam Falcão e Renato na proteção incansável aos zagueiros. O Gre-Nal 386 perde os seus pitbulls.

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Guiñazu e Adilson se alinham no perfil clássico do volante de contensão. Correm o campo inteiro e não se desgrudam dos meias e atacantes adversários. Muito por essa abnegação, acabam não aparecendo tanto para a torcida. Uma prova disso são os gols: Guiñazu e Adilson marcaram poucas vezes pela Dupla: o argentino tem quatro gols e Adilson, um. No entanto, na visão dos técnicos, são tão valiosos quanto um centroavante matador. A história prova: bastaram chegar aos times principais para cavarem um espaço cativo entre os 11, independentemente do comandante à beira do campo. Outra marca aproxima os cães de guarda de Inter e Grêmio: são fominhas por Gre-Nal.

Desde que estrearam em Gre-Nais, Adilson e Guiñazu só deixaram de jogar uma vez. O argentino entrou em campo em 15 clássicos, contra 14 do gremista. Nenhum deles marcou gol, mas colecionam uma expulsão cada. E foi justamente um cartão vermelho que tirou Guiñazu da decisão de domingo, após carrinho em Vilson no Gre-Nal do último fim de semana. Mas Guiña promete estar presente no Beira-Rio. Na torcida, é claro.

— Estou muito triste por não jogar o primeiro Gre-Nal em casa, mas estarei ao lado do grupo o tempo todo e na torcida para a vitória da equipe. Estarei torcendo junto no estádio como todo o Colorado — afirma Guiñazu, entre a tristeza e a intensa expectativa.


Foto: Jefferson Botega


Apesar da ausência, a história do "Cholo" no Inter está atrelada ao clássico. Chegou ao Beira-Rio em agosto de 2007 e, um mês depois, já estava em campo estreando em Gre-Nal. O primeiro clássico foi com derrota, gol de Léo, pelo Brasileirão. Mas o saldo do colorado é positivo: seis vitórias, seis empates e três insucessos. Em 2010, o volante viveu situação semelhante ao chegar suspenso para o segundo jogo da final. Na ocasião, o Inter venceu por 1 a 0, mas o Grêmio levou o título pelo resultado da partida de ida.

Na comparação com Guiñazu, Adilson demorou um ano mais para estrear em Gre-Nal. Ingressou durante o clássico 371, pela Sul-Americana, num empate em 1 a 1 em 13 de agosto de 2008. Apesar dos elogios instantâneos, a afirmação aconteceu, no entanto, só em 2009 após lesão que afastou Willian Magrão do restante da temporada. Desde então, jamais deixou o time, seja com Celso Roth, Marcelo Rospide, Paulo Autuori, Silas ou Renato. Em Gre-Nais, mais derrotas do que vitórias (4 a 3) e sete empates.


Foto: Jefferson Botega


Adilson vai curtir as emoções do primeiro Gre-Nal no aconchego da terra natal. O volante parte para Bom Princípio, município a 76 km de Porto Alegre, onde espera comemorar em dobro no domingo: pelo Dia das Mães e por uma vitória tricolor. Além da companhia da Dona Marli Warken, Adilson se anima com a possibilidade de voltar no duelo mais decisivo.

— Queria muito jogar esse Gre-Nal de amanhã, até pelas minhas características, de luta, marcação. Menos mal que estou cumprindo a suspensão na primeira partida. Sem dúvida, é melhor jogar na grande decisão — projeta, otimista.

Por enquanto, só no estádio ou pela TV mesmo. Chance para Adilson e Guiñazu atordoarem os atacantes só no Olímpico, dia 15. Neste domingo, eles devem ser substituídos por Fernando e Tinga. À dupla de cães de guarda vai restar o que menos lhe interessa em dia de Gre-Nal: marcar à distância.


Quem perde mais sem os seus cães de guarda? Colunistas de ZH respondem:


David Coimbra

Os dois são bons jogadores, mas não são fundamentais. Destacam-se mais pela bravura, que, das coisas importantes do futebol, é uma das menos importantes. Há poucas diferenças entre um e outro. A diferença será seus substitutos.


Diogo Olivier

O Inter perde mais. Mais pela parte anímica do que técnica. O baque da eliminação do Inter foi maior, e a garra incondicional de Guiñazu seria importante neste momento de moral baixo. Adilson vem fazendo bons jogos defensivamente, mas nada de especial. A reposição é mais fácil no caso dele, apesar dos desfalques do Grêmio.


Luiz Zini Pires

Não perde muito. São símbolos de um futebol que prioriza a força, mas que está em desuso. A Espanha ganhou uma Copa do Mundo com jogadores de boa capacidade técnica. Acho que os gaúchos precisam rever seus conceitos com relação aos volantes.

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