Com mais vitórias do que fracassos em Gre-Nal, Renato e Falcão também colecionam momentos de intenso protagonismo no grande embate do Estado. Mais do que participar do clássico, os atuais técnicos da Dupla mostraram em décadas passadas o quanto podem ser decisivos. Em 1974, Falcão assombrou pela capacidade de anular os rivais e, ao mesmo, armar jogadas. Já Renato infernizou a zaga colorada em 1985, marcando um gol e preparando outro.


Na quinta parte da série "Os Gre-Nais de Renato e Falcão", confira a seguir como foram clássicos em que eles barbarizaram e deixaram a sua marca como jogadores decisivos. Neste domingo, como técnicos, Renato e Falcão tem nova chance de brilharem em um Gre-Nal. E este vale a Taça Farroupilha.

Leia mais da série:
> Todos os Gre-Nais de Falcão e Renato
> O primeiro Gre-Nal da dupla de ídolos
> Os primeiros gols da dupla de ídolos
> Quando Falcão e Renato saíram apagados do clássico

Falcão rouba a cena de Carbone

Ex-jogador do Inter, o meio-campista Carbone ingressava no Gre-Nal 214 com a camisa tricolor e cheio de moral. Mas quem esperava uma grande atuação do número 5 gremista se espantou com o 5 colorado. Em seu segundo ano como profissional, Falcão roubou a cena, na defesa e no ataque. Segundo Zero Hora, Falcão foi o "motivo sério para a vitória". O gol foi de Escurinho, na sua mortal jogada de cabeça.

Falcão, incansável na marcação
Foto: Banco de Dados

Completamente enredado na marcação de Falcão, Iúra reclamou da violência do volante. Pelos números, a contestação não procede. Falcão passou em branco nos cartões amarelos aplicados pelo árbitro Agomar Martins.

— Jogamos uma grande partida e merecemos a vitória — comemorou Falcão, após amarrar o rival em pleno Olímpico.

Inter 1x0 Grêmio - 29/09/1974 - Beira-Rio - Gauchão (Gre-Nal 227)
Inter: Manga; Cláudio, Figueroa, Pontes e Vacaria; Falcão e Paulo César (Tovar); Escurinho, Valdomiro, Sérgio Lima e Lula. Técnico: Rubens Minelli
Grêmio: Picasso; Cláudio, Ancheta, Beto Fuscão e Tabajara; Carbone, Torino e Iúra; Zequinha (Dionísio), Tarciso e Loivo. Técnico: Sergio Moacir
Gol: Escurinho
Árbitro: Agomar Martins

Renato acorda e decide o clássico

A capa de esportes de Zero Hora de 11 de fevereiro de 1985 resume a importância de Renato para o Gre-Nal 273: "Talento de Renato decidiu". E não é exagero. O rápido ponta tricolor tramou a jogada do primeiro e gol e marcou o segundo. O clássico valeu pela etapa final, já que os 45 minutos iniciais foram marcados pela monotonia. Renato aproveitou o eletrizante segundo tempo para "jogar tudo o que sabe". A vitória levou o Grêmio à liderança isolada do Grupo A da Taça de Ouro.

Renato faz golaço no Olímpico
Foto: Banco de Dados

Aos 14 minutos, Renato deixou Galvão e Ademir para trás e cruzou. Ademir aproveitou. Seis minutos depois, foi a vez de Renato invadir a área em direção ao gol. Mesmo sem ângulo, um chutaço, sem chances para Gilmar. Uma atuação de luxo sob o olhar atento do então técnico da Seleção, Evaristo de Macedo, que assistia ao jogo no Olímpico.

— Procurei jogar o meu futebol, mas acho que ainda posso dar mais — avaliou Renato após o jogo.

Em sua coluna, Paulo Sant'Ana foi bem menos comedido do que o atacante. O jornalista defendeu que Renato "foi melhor do que Garrincha".

Grêmio 2x0 Inter - 10/02/1985 - Olímpico - Brasileirão (Gre-Nal 273)
Grêmio: Mazaropi; Ronaldo, Baidek, Luís Eduardo e Casemiro; China, Luís Fernando (Sergio Perez) e Valdo; Renato, Roberto César e Ademir (Tarciso). Técnico: Rubens Minelli
Inter: Gilmar; Luís Carlos Winck, Aloísio, Mauro Galvão e André Luís; Ademir, Luís Freire e Ruben Paz; Jussiê, Kita e Silvinho (Paulo Santos). Técnico: Otacílio Gonçalves
Gols: Ademir e Renato
Árbitro: Carlos Martins