Depois de 18 anos, a torcida voltou a ver Paulo Roberto Falcão na casamata. E voltou a sorrir. O time apresentou um futebol ofensivo, perdeu boas chances de gol e venceu o Santa Cruz por 1 a 0, com gol de Damião. Tão concorrida como a sua aparição no gramado antes do jogo, a entrevista coletiva de Falcão foi recheada de elogios ao time.

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O técnico gostou da atuação de seus comandados. Lembrou ainda o pouco tempo de treino - quatro dias, depois de sua apresentação na segunda-feira - e comemorou algumas jogadas ensaiadas que surtiram efeito em campo, lembrando a importância dos treinos fechados. Mesmo satisfeito com a produção ofensiva, a comemoração maior foi com o sistema defensivo.

— Gostei pelo pouco tempo de trabalho. O mais importante era ganhar. E não corremos riscos para isso — avaliou. — Foi uma vitória complicada, mas convincente. Gostei do comprometimento dos jogadores, eles jogaram felizes.

Uma das ideias mais defendidas por Falcão é a compactação entre os três setores de uma equipe. E, segundo ele, isso aconteceu no jogo deste sábado. Falcão chegou a discordar de um jornalista que havia detectado uma espécie de "buraco" entre o meio-campo e ataque durante o primeiro tempo. Para ele, não houve nada disso, o time foi um grande bloco homogêneo, que neutralizou as investidas do Santa Cruz.

A seriedade tática de Falcão só é desmontada quando ele lembra a torcida e a recepção antes da partida. Para ele, foi um "carinho" que precisa ser devolvido sempre.

— Havia quase 20 mil pessoas, num dia de mau tempo, além da metade do mês e com um jogo importante na terça (contra o Emelec, pela Libertadores) — elenca o técnico. — E nós temos que criar essa empatia, esse calor humano, com a torcida.

Com poucos dias até o confronto com os equatorianos, Falcão planeja acertar o time na base da conversa. Um dos pontos: as chances desperdiçadas: foram pelo menos 19 oportunidades na partida e apenas uma conversão em gol. O Inter já se apresenta no domingo pela manhã, para trabalhos de regeneração. Na segunda-feira, Falcão deve comandar trabalhos táticos no Beira-Rio.