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Esportes  | 16/04/2011 17h18min

"Não gosto de badalação", diz revelação gremista Leandro

Promessa tricolor de 17 anos surpreende pela maturidade

Jones Lopes da Silva  |  jones.silva@zerohora.com.br

Quem vê Leandro com o cabelo moicano a la Neymar pode identificar nisso graves sinais de vaidade e badalação. Errado. Os dentes com aparelho, que mal são expostos, o boné de aba reta, os brincos, a jaqueta de capuz, o tênis reluzente denunciam apenas o adolescente que vai completar 18 anos no dia 12 de maio. De cabeça, trata-se de um adulto centrado, como se tivesse 28.

Seu último corte de cabelo moicano foi na manhã do dia 6. Procurou o cabelereiro Jonatas Gomes, o Ligeirinho, ali perto do Olímpico, na Rua Carlos Barbosa. O fotógrafo de Zero Hora apareceu para registrar o fato, mas Leandro não permitiu:

— Não quero fotos, por favor. Não gosto de fazer fotos assim.

O fotógrafo respeitou a decisão, mas permaneceu no local, como se insistisse veladamente diante da chance incomum de clicar o momento. Ligeirinho finalizou o corte com máquina 1,5 e passou ao tratamento do cabelo com hidróxido de sódio, os químicos que relaxam os fios crespos e que são reaplicados a cada 15 dias. O santista Neymar faz o mesmo, embora acrescente uma chapinha para esticar o cabelo.

Como o fotógrafo continuava por perto, Leandro explicou-se com educação:

— Olha, eu não quero fotos porque não gosto de badalação.

Pronto, terminou o assunto. Não quer ser comparado nem com o futebol nem com o cabelo do Neymar, apesar de confessar sem constrangimento:

— Fico de olho nas arrancadas dele, é demais.

Mas o salão do Ligeirinho é um dos raros locais onde Leandro se permite curtir o mínimo de vaidade adolescente. Seus colegas do Grêmio e do Inter também frequentam o cabeleireiro há sete anos. Outras vezes, é Ligeirinho quem vai visitá-los no Olímpico ou na concentração do Hotel Deville. Cobra R$ 20 nestes casos. Portanto, Leandro segue uma rotina dos colegas.

Ligeirinho revela os truques de cabelo da revelação gremista


O moicano esconde uma personalidade forte. Leandro é evangélico. Não perde cultos. Apesar dos treinos e da escola, uma vez por semana ele reserva sua hora de meditação, como ocorria quando morava com a família na sua cidade de Gama, perto de Brasília, antes de se transferir para o Grêmio no ano passado. Já está repassando sua fé a colegas na concentração e, a rigor, pode ser considerado mais um atleta de Cristo no futebol.

Outro momento curtição é o sanduíche de cheddar de fast foods. Os passeios com os amigos quase sempre acabam no shopping. Sem namorada, anda com Denner e Mateus Carioca, seus camaradas mais próximos, com quem devora os tais cheese. Se as nutricionistas do Grêmio o flagrassem, puxariam-lhe a orelha.

No refeitório do Olímpico, ao pé dos balcões de buffet, as vigilantes Josiane Oliveira e Roberta Vieira dos Santos guardam posição fiscalizando o que os guris da base se servem. Leandro, por exemplo, além de verdura e salada deve atacar a carne. Ele chegou ao Olímpico com o insólito argumento de que não gostava de carne vermelha porque tinha "preguiça" de mastigar. A explicação não pegou. Agora, tem de encarar o bifinho com a mesma volúpia com que avança sobre o arroz, o feijão e o ovo. As nutricionistas o marcam de cima tanto quanto Renato Portaluppi. A assistente social Daniele Paiva e a psicóloga Jacqueline Volino completam o time que participa de uma espécie de projeto de construção do futuro craque.

— O sucesso estourou rápido para Leandro, mas ele não é deslumbrado — afirma Jacqueline.

— Ele é o ídolo da concentração — acrescenta Daniele.

Nutricionista revela como funciona o controle da alimentação de Leandro.

* Leia a matéria completa na Zero Hora impressa deste domingo

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