O “general” será mantido como comandante do time colorado. No final da tarde desta sexta-feira, Paulo Roberto Falcão confirmou que Bolívar seguirá com a braçadeira de capitão. Chegou a ser especulado pela imprensa que o novo líder do grupo colorado seria D’Alessandro – o que irritou o treinador.

– O capitão será Bolívar – frisou um treinador de fala mansa, simpático, mas de opiniões claras.

Falcão já deixou claro que deseja um time mais comunicativo. Pouco a pouco, vem mostrando a sua forma de ser, bem próximo aos jogadores. E nesta sexta-feira, o escolhido para a conversa foi justamente Bolívar. O treinador e o comandado conversaram por alguns minutos, antes do treino.

O treinador tem esse modo didático de ser. Busca a conversa, a troca de opiniões entre o grupo, e não a imposição de ideias. Foi assim, no meio de semana, quando questionou os jogadores se uma mudança tática seria possível neste momento decisivo, em que o clube tem jogos decisivos pelo Gauchão e Libertadores. A resposta foi positiva.

– Da teoria, a gente vai para a prática. Acho que é a melhor maneira. Faço um diálogo e questiono se eles entenderam. O primeiro treino foi muito melhor do que eu imaginava. Perguntei para eles se tinha como fazer essa mudança. Eles disseram que seria possível – explica.

 
Foto: Diego Guichard

A mudança tática referida é do 4-2-3-1, idealizado por Celso Roth, para o 4-4-2, com variação para o 4-3-3. Falcão enfatiza a necessidade de um esquema equilibrado e compactado, em que os atletas atuam próximos uns aos outros. O comandante só reclama a falta de tempo para trabalhar. 

– Foram quatro, cinco dias de muita informação. Todo mundo querendo ajudar O mais importante é essa relação que estou tendo com os jogadores. Lamento só de não ter mais tempo para fazer um trabalho – comenta.

 
Foto: Diego Guichard

Acima de tudo, Falcão deseja um padrão de time que seja ofensivo tanto em casa quanto fora do Beira-Rio. E o treinador fez uma clara referência ao time colorado lendário da década de 70, de Rubens Francisco Minelli:

– Se eu conseguir fazer o Inter se impor, não vou adequar o time de acordo com o adversário. Aprendi isso desde 1974. A gente atuava para se impor ao adversário. A equipe era sempre a mesma, com pequenas variações. É o que estou tentando passar para os jogadores – discursa.

Falcão reestreia pelo Inter neste sábado. Às 18h30min, o time recebe o Santa Cruz no Beira-Rio, pelas quartas de final da Taça Farroupilha.