A liberação de Carlos Alberto até segunda-feira vai muito além da mudança no ataque do Grêmio para os jogos contra o Junior, na quinta, e o Santa Cruz, no domingo. Envolta em mistério, a autorização para o meia viajar ao Rio de Janeiro a fim de resolver problemas pessoais marca um série de episódios polêmicos em que ele foi o personagem principal. A média de confusões supera de longe os gols (apenas um, diante do León) e as boas atuações, desde sua chegada ao Olímpico em 4 de fevereiro, após uma briga com o presidente do Vasco Roberto Dinamite.

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A mais recente confusão aconteceu na vitória sobre o Veranópolis e teria sido a grande causa do afastamento do jogador. Após o árbitro marcar pênalti em Pessalli, Carlos Alberto abraçou a bola e pediu para cobrar a infração. Renato, no entanto, preferiu um jogador com mais ritmo no jogo para converter a penalidade. Em campo, Carlos Alberto pareceu conformado com a decisão, inclusive abraçando Borges após o gol. Todavia, no vestiário, o meia teria se exaltado e até discutido com o centroavante, tendo uma crise nervosa, segundo informações do repórter de Zero Hora Luís Henrique Benfica.


Antes, outra atitude de Carlos Alberto desagradara à direção. No jogo contra o León, em Huánuco, dia 17 de março, ele comemorou seu gol ao estilo do goleiro Kidiaba, do Mazembe, a despeito de um pedido feito por um dirigente para que não o fizesse. Só não foi multado no retorno por decisão do presidente Paulo Odone.

Na ocasião, Carlos Alberto se defendeu das críticas sobre a inusitada celebração:

— Foi comemoração normal. Não vejo mal nenhum — afirmou após o jogo em Huánuco.

Naquela oportunidade, Carlos Alberto escapou. Mas só daquela vez, pois o jogador já contribuiu com duas "caixinhas" (multa por alguma atitude indevida) em apenas dois meses no Olímpico. No início de março, no retorno do Carnaval, o meia se atrasou em uma hora para o treino e foi penalizado.

Dias depois, após a derrota para o Cruzeiro no Gauchão, uma nova multa, agora pela atitude dentro de campo: Carlos Alberto foi expulso na partida por simular pênalti e mostrou destempero antes de deixar o gramado.

— O árbitro me desrespeitou — alegou o jogador sobre Márcio Coruja, que, por sua vez, negou qualquer ofensa ao gremista.

Sobrou para a arbitragem até no jogo-treino contra o Canoas, no último dia 31. Mesmo em uma partida amistosa, o meia discutiu com o juiz, um funcionário do próprio clube.

Em sua viagem ao Rio, Carlos Alberto buscará resolver problemas pessoais que estão interferindo em seu desempenho no Grêmio, numa espécie de tratamento. Apesar da negativa oficial de dirigentes e do técnico Renato, não está descartada a saída do jogador do Olímpico, motivada por todos esses problemas disciplinares. Diante de sua ausência, o argentino Escudero foi confirmado para atuar ao lado de Borges contra o Junior de Barranquilla, nesta quinta-feira. O garoto Leandro não está inscrito para a Libertadores.