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Esportes  | 30/03/2011 07h36min

Depois de 28 anos, Renato busca no futevôlei um novo mundial: "Ele vem para ganhar"

Organizador do torneio fala sobre a expectativa de receber o velho amigo das areias cariocas

Lucas Rizzatti  |  lucas.rizzatti@zerohora.com.br

Aquela cavadinha que resultou no balão cabeceado por César, na final da Libertadores de 1983, parecia anunciar um talento desabrochado apenas anos mais tarde por Renato: o futevôlei. Desde 1987, quando desembarcou no Rio de Janeiro para defender o Flamengo pela primeira vez, o guri revelado em Bento Gonçalves sofreu uma transformação: apesar de ser chamado por lá de "Gaúcho", virou um autêntico carioca. Em pouco tempo, a areia fofa que precede o mar virou seu habitat natural. E o futevôlei, uma marca registrada. A partir desta quinta-feira, Renato passará por uma maratona para reviver seus dias de garoto de Ipanema.

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Renato e seu futevôlei sagrado, no início dos anos 2000
Foto: Cleber Mendes, Lancepress


Aos 48 anos, ele será o capitão de uma das equipes do Brasil no 1º Mundial de Futevôlei 4x4, a ser disputado de 31 de março a 2 de abril. Para não se ausentar das principais tarefas no Grêmio, se revezará entre as areias e o aeroporto. Na quinta-feira, Renato se ausenta do treino regenerativo à tarde, no Olímpico, para rumar ao Rio. Na sexta pela manhã, o técnico bate ponto na Azenha antes de voltar ao torneio. Também deve faltar ao treino de sábado. No domingo, comandará o time diante do Veranópolis, pelo Gauchão.

— O Grêmio é o patrão dele, o Renato não iria deixar o clube na mão — atesta Renato Adnet, mais conhecido como Dunga, organizador do evento, diretor da Federação de Futevôlei do Estado do Rio de Janeiro e, claro, amigo do técnico, numa amizade forjada há 10 anos nas areias cariocas.

Segundo Dunga, Renato vai ao Mundial para ganhar. Competitivo ao extremo, o técnico tricolor está engasgado com um terceiro lugar em outro torneio organizado pelo amigo, há um ano. Na época, o vencedor foi o time de Edinho, ex-zagueiro do Fluminense.

Agora, o patamar se elevou, com uma competição pioneira, e em nível mundial. A segunda equipe brasileira é capitaneada por outro ícone do futevôlei, Romário. Cada time tem cinco integrantes — um, portanto, vai sobrar na reserva. Dunga acredita que essa não será a sina de Renato.

— Eu duvido que ele saia da quadra por algum momento. Ele é fominha — lembra, aos risos, pelo telefone.


Foto: Bruno Domingos, Lancepress


Em entrevista coletiva no Olímpico, na terça-feira, Renato confirma a suspeita do velho conhecido. Deixou claro que, na arena de Ipanema, será "ele e mais três". Obstinado como se fosse buscar mais um título mundial para o Grêmio, o técnico garante estar se poupando para o desafio de quinta.

— Tenho feito tratamento na fisioterapia, por isso nem estou participando dos rachões. Espero jogar e não sentir nada. O importante é que a areia é bem mais macia que o gramado — projeta, falando como se ainda fosse um jogador em plena recuperação antes de um confronto decisivo. — Mesmo sem estar treinando, quem sabe não desaprende. É meu hobby favorito. Vou representar bem a gauchada em Ipanema e brigar para ser campeão.

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Antes receosa com a viagem de Renato em meio a jogos do Gauchão, a direção do Grêmio resolveu aproveitar a oportunidade para divulgar a imagem do clube fora do Estado. O vice-presidente executivo de marketing, Paulo César Verardi, conversou com o técnico para alinhar o tipo de ação. Como o evento já é patrocinado, a ideia passa por associar Renato ao Grêmio de maneira indireta.

— A própria figura do Renato se confunde com o Grêmio e já garante uma visibilidade à marca — avalia Verardi.

— Estarei lá como sempre divulgando o Grêmio. Minha filha por exemplo vai estar lá, com a camisa do clube, já ajuda muito — informa Renato. — Eu também vou ter uma camisa, mas sempre deixando claro que na competição eu vou ter que usar a camisa do torneio.

Mas não é apenas o Grêmio que vê no técnico um garoto-propaganda confiável. Além de amigo e companheiro de futevôlei, Dunga acredita que tanto Renato quanto Romário ajudarão o Mundial a ter visibilidade para o grande público. O esporte, que luta pela profissionalização, tem federações em todos os Estados do país e conta com cerca de 5 mil atletas filiados à confederação brasileira.

— O Renato é nosso amigo e está aí, sempre na mídia — justifica Dunga, para arrematar, pertinente: — Ah, e joga muito futevôlei.


Saiba mais sobre o Mundial de Futevôlei 4x4:


> Participam Brasil (duas equipes), Argentina, Espanha, França, Itália, Paraguai e Portugal.

> Na fase classificatória, nos dias 31 de março e 1° de abril, as partidas classificatorias serão disputadas em um set — quem chegar a 25 pontos primeiro vence. E mesmo vale para as semifinais. Já na final, haverá dois sets até 25 e um até 15 pontos.

> Além dos craques brasileiros, o público que for à arena de Ipanema poderá rever o futebol de atletas que se destacaram por suas seleções, como o paraguaio Romerito, ex-craque do Fluminense, e os portugueses Hernani e Madjer, campeões mundiais de Beach Soccer de 2001. O tetracampeão mundial Aldair jogará pela equipe da Itália.

> O futevôlei 4x4 é uma nova modalidade. Com quatro jogadores em cada equipe e a diminuição da altura da rede (de 2m20cm para 2m), a ideia é trazer mais dinamismo ao jogo.

> A equipe campeã recebe premiação de R$ 10 mil.

31/03 – 16h00 às 22h00
- Eliminatórias (ao vivo no Sportv das 16h às 18h).

01/04 – 16h00 às 22h00
- Eliminatórias (ao vivo no Sportv das 16h às 18h).

02/04 – 17h30 às 22h00
- Semifinais.
- Decisão do terceiro lugar.
- Final (ao vivo no Sportv das 20h30 às 22h).

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