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Esportes  | 25/03/2011 08h02min

Gramado sintético do São José vira polêmica após lesão de Sorondo

Diretor de empresa garante que campo tem a mesma classificação que o do Chivas

Carlos Guilherme Ferreira  |  carlos.ferreira@zerohora.com.br

Maior novidade do Gauchão, o gramado sintético do Passo D’Areia virou alvo de polêmica. Criticado pelos jogadores do Inter após o 1 a 0 sobre o São José, quarta-feira, o campo artificial causaria prejuízos à mobilidade e maior hipótese de lesões. Algo contestado por quem é do ramo e pela própria Fifa.

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Diretor da Gramados Sintéticos Assessoria Esportiva, responsável pela instalação no Passo D'Areia, Christian Truda descarta problemas. Chateado com a saia-justa causada pelas declarações, atribui as queixas a desconhecimento.

Reconhece as dificuldades para adaptação – uma das broncas do atacante Rafael Sobis no pós-jogo. Mas usa como exemplo a final da Libertadores de 2010, quando o Inter jogou em gramado artificial no México.

— Se a grama fosse tão ruim o Inter teria ganho do Chivas? — questiona.

Campo dos mexicanos, o Omnilife passou pelo crivo do padrão Fifa. A entidade estabeleceu os níveis uma e duas estrelas para os sintéticos – e os mexicanos obtiveram o grau máximo. Conforme Truda, “extraoficialmente” o Passo D'Areia é um campo duas estrelas — ou seja, com classificação idêntica à do palco da final da Libertadores.

— O campo está homologado. Os testes laboratoriais foram feitos — afirma Truda, que diz esperar para a próxima semana a certificação da Fifa.

Mas a grama artificial tem lá seus efeitos colaterais, digamos assim. Diretor da Green Vision Brasil, empresa que está instalando um gramado duas estrelas para a CBF na Granja Comary, em Teresópolis, Rogério Silva reconhece que o piso esquenta devido aos grãos de borracha, que absorvem calor. Aconteceu domingo à tarde, em Porto Alegre 0x3 Grêmio, no Passo D’Areia, e gerou chiadeira dos jogadores.

A borracha serve para emparelhar o gramado. Distribuída em proporção igual, fica acima de uma camada de areia. Caso a colocação seja impecável, a bola irá rolar de maneira uniforme por todo o campo.

— Se o campo sintético estiver irregular, pode causar lesões. O campo no padrão Fifa não gera lesão — garante Rogério Silva.

É porque aquela avaliação da Fifa descrita acima, das estrelas, exige de 90% a 95% em semelhança ao campo natural — de padrão europeu, com grama baixa, explica Silva.

Ainda assim, existe ceticismo. Guilherme Caputo, médico do Inter, afirmou ontem em coletiva no Beira-Rio que haveria um risco maior de lesões no gramado artificial. João Ellera Gomes, ortopedista e professor da pós-graduação de cirurgia da UFRGS, acha que seria preciso estabelecer parâmetro comparando um grupo que atuou no sintético durante um ano com outro em grama natural.

A Fifa mediu quantidade e tipos de lesões do Mundial Sub-17 de 2005, no Peru, disputado todo em campo artificial, com as contusões dos torneios anteriores. Saiba mais na edição desta sexta de Zero Hora.

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