Mais surpreendente do que a vibrante exibição do Caxias diante do Grêmio, quarta-feira, no Olímpico, pela final da Taça Piratini, foi o pedido de demissão do técnico Lisca nesta manhã. Na tarde desta quinta, o treinador, que ficou em Porto Alegre após a decisão, atendeu a um telefonema do Pioneiro, mas não quis comentar sobre as supostas ameaças de torcedores.

— Não vou falar sobre isso, não quero dar mídia para uma porcaria dessas. Já passou, não sou mais técnico do Caxias. Acabou o ciclo, é vida que segue — desconversou Lisca.

Perguntado se havia dado queixa na polícia das ameaças que teria recebido por telefone, conforme justificou ao presidente Osvaldo Voges, o treinador foi incisivo:

— Não, não é do meu feitio fazer isso. Não vou dar margem para essas coisas. Já disse que prefiro não falar sobre isso.

Lisca também fez questão de dizer que não saiu do Caxias pelas críticas da torcida, que mesmo com as vitórias do time contestava suas escolhas na equipe.

— Não foi por isso. Se eu não conseguisse conviver com as críticas, não seria treinador de futebol — argumentou.

Porém, deixou escapar uma declaração contráditória, acusando um desgaste natural. Em entrevista para a Rádio Gaúcha, já havia dito que a decisão tinha sido tomanda antes da final, independentemente do resultado. Ao Pioneiro, completou:

— Estou cansado, vou tirar férias. Quero ficar uns 15 dias em Punta Del Este com a minha mulher e as minhas filhas.

Lisca garantiu não ter recebido nenhuma proposta de outro clube. Junto com ele, deixou o Caxias o fisiologista Felipe Celia, ex-Juventude e Luverdense-MT.