Renato pediu e foi atendido. Com a vitória sobre o Caxias nos pênaltis na noite desta quarta, no Olímpico, o Grêmio levantou a taça de campeão do primeiro turno do Gauchão. Foram duas defesas do goleiro Victor e um gol do adversário, contra quatro dos gremistas. Durante as cobranças, o técnico tricolor ficou boa parte em campo, andando de um lado para o outro. Até que a arbitragem solicitou que ele ficasse do lado de fora do gramado. Só o que passava pela cabeça do comandante era que o episódio que ele viveu com o Fluminense, na final da Libertadores de 2008, não se repetisse.

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– Eu lembrei na decisão por pênaltis contra o Fluminese. Olhei para o céu e falei: "de novo não, é muito sofrimento". Mas ao mesmo tempo senti uma confiança muito grande também. Temos vários batedores bons aqui. E eu pedi a Deus para que não se repetisse aquilo. Fui atendido – contou o treinador.

Em 2008, como técnico do Fluminense, Renato perdeu o título da Libertadores nos pênaltis para a LDU. Três anos depois, ele comemorou seu primeiro título pelo Grêmio, seu time do coração, também em uma decisão nas penalidades máximas.

Título dedicado à mãe, Maria Portaluppi

Renato dedicou o título para a mãe, Maria Portaluppi, que morreu em fevereiro do ano passado, aos 73 anos. O sonho dela era ver o filho sendo campeão pelo Grêmio também como treinador.

– Ela sempre pedia para ser campeão como técnico pelo Grêmio – comoveu-se.

Além da mãe, Renato lembrou da torcida. Num certo momento, o comandante teve que se virar para a arquibancada social e pedir calma aos que reclamavam da equipe. Mesmo assim, ele elogiou os gremistas que apoiaram durante mais de 90 minutos.

– Eu dedico mais uma vez esse título para nossa torcida. Mesmo quando estávamos atrás no marcador eles não paravam de cantar. Por isso que eu digo que ser gremista é ser imortal – ressaltou.

Avaliação do jogo

Durante o tempo normal de jogo, o Grêmio foi muito pressionado pelo Caxias. Saiu perdendo por 2 a 0, mas conseguiu empatar. Rafael Marques foi o autor do segundo gol tricolor, nos acréscimos da etapa complementar. Renato elogiou o nível da partida, e reconheceu que sua equipe errou.

Ainda no primeiro tempo, o treinador fez sua primeira substituição. Colocou pela quarta vez seguida o lateral-esquerdo Bruno Collaço no lugar de Carlos Alberto.

– Não espero o intervalo do jogo para trocar. Os méritos foram do Caxias. Nós entramos a 50 por hora, e eles se aproveitaram dos nossos erros, estávamos um pouco perdidos, não conseguíamos criar. Mexi na equipe, melhoramos um pouco. Conversamos no intervalo, e a equipe acertou mais na volta, lutaram, e um título se ganha assim – destacou.

Carlos Alberto ainda não está bem entrosado com os companheiros. Renato sabe disso, mas não culpa o jogador. Ele explicou que ainda falta melhor condicionamento físico e reeducação tática ao meia.

– Não estou culpando ninguém, só temos que reeducar ele jogando taticamente. Numa decisão, no jogo duro, estávamos dando muitos espaços, então eu tinha que mexer. Por isso eu tirei ele. Mas daqui a pouco ele está do jeito que a gente gosta. Jogar ele sabe – disse.