Em um dia histórico para o meia Fernandes, que fez dois gols e ultrapassou a marca do cem com a camisa do Figueirense, o Furacão derrotou o Joinville por 3 a 1, ontem, no Orlando Scarpelli, e avançou à final do turno do Catarinense 2011. O adversário da equipe do técnico Márcio Goiano será o Criciúma, no próximo domingo, em Florianópolis. O Tigre passou pela Chapecoense no sábado, após empate em 1 a 1, no Heriberto Hülse.

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Precisando da vitória para garantir a classificação, o Joinville entrou em campo com três estreias — os zagueiros Pedro Paulo e Linno e o volante Júlio Bastos — e a proposta de surpreender o Figueirense com uma saída de bola mais rápida. Não deu certo. O Furacão tinha seu antídoto mortal: toque de bola refinado, conclusão certeira e um ídolo iluminado.  

Logo aos quatro minutos, o camisa 10 Fernandes mostrou suas credenciais. Lançou Juninho pela esquerda, o lateral foi até a linha de fundo e cruzou na medida para Breitner, dentro da área, estufar as redes: 1 a 0.

Era o primeiro ato de um capítulo histórico. O melhor ainda estava por vir e ele não demorou a acontecer. Aos 14, Breitner, outro destaque da equipe, escorou de cabeça e Fernandes, na pequena área, bateu de primeira, com o pé direito. Um gol histórico, o centésimo da carreira de Fernandes com a camisa alvinegra.

O camisa 10 ficou estático por alguns segundos. Olhou para o lado direito, olhou para o lado esquerdo e, só depois disso, se deu conta do que havia feito. Imediatamente, Fernandes se ajoelhou no chão, agradeceu a Deus pelo gol e recebeu o abraço de todo o time. A torcida também fez a sua parte. Gritou em coro o nome do craque e o aplaudiu de pé. Uma faixa foi estendida com a seguinte mensagem: "Fernan10 agora é cem".

Justa e merecida homenagem. E Fernandes estava mesmo num dia iluminado. Aos 18, ele desviou de cabeça cobrança de escanteio e Héber, com o pé direito, quase ampliou. A partir daí, o Furacão arrasador diminuiu a velocidade, mas o Joinville continuou na roda, com toques rápidos e envolventes.

Somente aos 30 minutos é que o JEC acordou. Em uma jogada pelo lado esquerdo, Eduardo tocou para Ramon e o meia tricolor arriscou da entrada da ádrea, por cobertura, sem grande perigo.

O Alvinegro voltou a assustar pouco depois. Aos 36, em outro lance genial, Breitner, Maicon e Fernandes fizeram linha de passes dentro da área adversária e Héber, de voleio, concluiu no travessão. A torcida, que já estava encantanda com a produção do time, soltou o tradicional "uuuhhh".

No segundo tempo, o Joinville voltou melhor. A equipe corrigiu o sistema de marcação e foi para cima do Alvinegro. O resultado veio aos sete minutos, quando Ramon tabelou com Pantico e, dentro da área, bateu firme para diminuir a diferença.

O gol serviu de alerta para o Figueirense. Goiano tirou Breitner e colocou o atacante Wellington no ataque, que teve a chance de matar o jogo aos 15, de cabeça. Max salvou. Aos 17, de novo Wellington arriscou de fora da área e Max espalmou.

Aos 25, Goiano fez outra troca, mas de olho na decisão. Substituiu o lateral Bruno, que recebeu o terceiro amarelo e não joga a decisão, por Hélder. Juninho foi deslocado para o meio campo e o time cresceu. Para delírio da torcida alvinegra, Fernandes também voltou a brilhar e o terceiro gol saiu dos seus pés.

Aos 30, Wellington driblou Max aos trancos e barrancos e tocou para Fernandes, que livre de marcação, só teve o trabalho de empurrar a bola para as redes. Era tudo o que a nação alvinegra queria para comemorar com todas as honras a classificação da equipe à final. Ao ritmo do "olelê, olalá, Fernandes vem aí e o bicho vai pegar", o Figueirense derrubou o Joinville com sobras. Wellinton ainda cabeceou uma bola no poste, nos acréscimos. Mas a fatura já estava liquidada. Quem sabe, domingo que vem, o show dos meninos do Scarpelli prossiga, e Fernandes mostre outra vez um futebol de gala.

Ficha técnica
FIGUEIRENSE (3)
Wilson; Bruno (Hélder), João Paulo, Roger Carvalho, Juninho; Ygor, Túlio, Maicon,
Breitner (Wellington); Fernandes (Coutinho) e Héber
Técnico: Márcio Goiano

JOINVILLE (1)
Max; Daniel, Pedro Paulo, Linno, Eduardo; Dias (Jocinei), Júlio Bastos, Marcelo Silva (Marcelinho), Ramon; Pantico (Aldair) e Lima
Técnico: Giba
Gols: Breitner (F), aos 4, Fernandes (F), aos 14 minutos do primeiro tempo; Ramon (J), aos 7, Fernandes (F), aos 31 minutos do segundo tempo
Amarelos: Pantico (J), Bruno (F)
Arbitragem:Rodrigo D'Alonso Ferreira, auxiliado por Angelo Rudimar Bechi e Rosnei Hoffmann Scherer
Local: Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis
Público: 9.765 pagantes
Renda: R$ 124.010