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 | 07/02/2011 16h59min

Bandeirinhas do Catarinão tiram o fôlego dos atletas e da torcida

Jogadores do Estadual não são as únicas atrações no gramado

Michael Goncalves  |  michael.goncalves@horasc.com.br

No Campeonato Catarinense 2011, os jogadores não são as únicas atrações no gramado. Com um quadro de dar inveja a qualquer agência de modelo, a Federação Catarinense de Futebol (FCF) tem escalado um time feminino de árbitros-assistentes de tirar o fôlego dos atletas e da própria torcida. Além da beleza física, elas têm curso superior e um sonho em comum: chegar ao quadro da Fifa. Conheça agora algumas das bandeirinhas mais escaladas no Estadual deste ano.

:: Cleidy é a mais antiga na Fifa

 

Aos 40 anos, a assistente Cleidy Mary Ribeiro é a mais experiente entre as mulheres da FCF e a mais antiga na Fifa, entre homens e mulheres, com 16 anos no quadro de arbitragem. Ela já participou de 13 competições internacionais, sendo sete mundiais, uma olimpíada e quatro sul-americanos.

Apesar de nunca ter praticado o esporte, Cleidy é uma apaixonada pelo futebol desde criança. Frequentava o estádio desde pequena, na companhia dos pais.

— O futebol meu deu a oportunidade de conhecer lugares onde nunca pensei em ir. Foram 48 cidades do mundo todo — contou a bandeirinha.

Para chegar ao quadro da Fifa, Cleidy trabalha com muita dedicação, seriedade e compromisso. Ela treina todos os dias na UFSC. Mesmo sendo tão experiente, a árbitro-assistente ainda tem um sonho.

— Já trabalhei em clássico da categoria juniores e no principal somente como quarto árbitro. Tenho o desejo de trabalhar como assistente num clássico profissional — revelou a bancária, que tem formação de assistente social.

:: Loiziane recebeu flores no intervalo

 

Há cinco anos no quadro da FCF, a árbitro-assistente Loiziane Schappo, 25 anos, esbanja simpatia nos estádios catarinenses. Ela jogava futsal, passou a anotadora (mesária) e resolveu cursar educação física. Mas foi um ex-namorado quem encaminhou a jovem para a arbitragem.

Em busca de mais oportunidades, Loiziane trocou a pequena cidade de Maravilha, no Extremo Oeste, por Itajaí. Apesar das conquistas, ela não esquece dos obstáculos no início da carreira.

— Quando eu trabalhava no amador de Maravilha, me jogaram uma latinha de cerveja. Cheguei a pensar em desistir, mas a gente vai aprendendo a conviver com a pressão — observou.

Solteira, Loiziane revelou que recebe muitas cantadas durante os jogos. Numa partida, ela chegou a receber flores.

— Foi no intervalo de um jogo amador, em Maravilha. Um torcedor pediu autorização para entrar e me entregou rosas — disse a bandeirinha.

O principal objetivo da assistente é entrar para o quadro da Fifa e de trabalhar numa Copa do Mundo.

:: Nervosismo passa com o tempo

Sobrinha do presidente da FCF, Delfim de Pádua Peixoto Filho, a árbitro-assistente Maíra Americano Labes, 22 anos, começou cedo na arbitragem. Como a família tem grandes laços com o futebol, a personal trainer fez o curso logo após completar 18 anos.

— Sempre gostei da arbitragem e foi uma maneira de trabalhar na minha área. É um trabalho paralelo que ajuda muito financeiramente — afirmou.

Maíra confessou que, no início da carreira, chegou a balançar com a pressão. O frio batia na barriga, a adrenalina aumentava e chegava o nervosismo. Hoje, quatro anos mais tarde, ela sente a diferença.

— Com o tempo o nervosismo passa. Agora, estou bem mais concentrada no jogo e nem presto atenção no que a torcida fala — contou a loira de olhos azuis

Namorando com o árbitro-assistente Helton Nunes, a personal trainer tem o sonho de chegar ao quadro da Fifa. Ela treina todos os dias para completar o teste físico.

— O teste físico para as mulheres é o mesmo aplicado para os homens. São 24 piques de 150 metros, que é uma barreira muito grande.

:: Nadine trocou o tênis pelo futebol

 

Até os 16 anos, a dentista Nadine Schramm Câmara Bastos pensou que o esporte da sua vida seria o tênis. Só que nesta época a jovem já frequentava os estádios de futebol na companhia dos tios. Um pouco mais tarde, Nadine recebeu o convite da amiga Maíra Labes para fazer o curso de arbitragem e nunca mais parou.

Hoje, com 27 anos, a dentista é uma das poucas mulheres da FCF que pertencem ao quadro masculino da CBF. Isso quer dizer que ela pode trabalhar em qualquer competição masculina promovida pela CBF.

— Não fico muito preocupada com a pressão dos atletas e da torcida, porque quando estou jogando eu sei que sou pior do que eles — brincou a assistente.

De temperamento forte, Nadine não é daquelas que ficam distribuindo sorrisos. Há quatro anos na FCF, a dentista não admite erros.

— Eu tenho uma cobrança muito grande comigo mesma. E por ser tão exigente, já pensei em desistir — revelou.

Nadine foi escalada cinco vezes neste Campeonato Catarinense e tem como objetivo chegar a uma Copa do Mundo feminina.

:: Neuza não descuida da aparência

 

A professora de educação física Neuza Inês Back, 26 anos, fez um sacrifício para seguir a carreira de árbitro-assistente. Moradora de Maravilha, Extremo Oeste, ela percorreu 1,2 mil quilômetros (ida e volta) todos os finais semana, durante seis meses, para terminar o curso de arbitragem em Itajaí. A recompensa que ela também é do quadro masculino da CBF.

Assim como toda mulher, Neuza não descuida da aparência na hora de entrar em campo. O estojo de maquiagem sempre fica ao lado da chuteira e dos outros acessórios da assistente.

— Mulher é mulher em qualquer lugar. Além da nossa roupa, que possui um corte diferenciado, eu gosto de usar alguns produtos de maquiagem. É claro que a gente evita as cores mais chamativas, mas não dispenso uma base e uma sombra nos olhos — revelou.

Há dois anos na CBF, Neuza já trabalhou em grandes estádios do Brasil como: Olímpico (Porto Alegre), Couto Pereira (Curitiba) e São Januário (Rio de Janeiro). Mesmo assim, ela sonha mais alto.

— Estou investindo num curso de inglês e na minha preparação física, porque a Fifa só disponibiliza cinco vagas para todas as mulheres no Brasil — contou.

Neuza aproveitou para explicar o sentimento de trabalhar numa partida de futebol.

— Quando eu acerto um impedimento daqueles por centímetros, tenho a mesma vibração de um goleiro pegando um pênalti ou de um atleta marcando um gol. É pura paixão pelo esporte — desabafou.

 
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