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Esportes  | 27/01/2011 12h59min

Artilheiros Zulu e Lima protagonizam Ca-Ju 266 no Jaconi

Atacantes defenderão, respectivamente, Juventude e Caxias

Gabriel de Aguiar Izidoro e Adão Júnior

Os atacantes Zulu, no Juventude, e Lima, no Caxias, são as principais esperanças de gol no clássico Ca-Ju 266, marcado para as 19h30min, no Estádio Alfredo Jaconi. Confronto é válido pela quarta rodada do primeiro turno do Gauchão. Quem vencer confirma a boa arrancada na competição.

A simplicidade de Zulu

Se algo marca de modo simultâneo o futebol e o caráter de Zulu trata-se da simplicidade. É com ela que o camisa 9 do Juventude pretende balançar a rede do Caxias.

— O jogo bonito eu deixo para o pessoal lá do meio. Uma firula, se tiver objetividade, até vai. Mas do contrário, você fica marcado por outras coisas ao invés de gols. Eu procuro fazer o simples. Que até isso a gente erra às vezes...

A última contratação alviverde para o campeonato (pelo visto, não só até o momento) inverteu qualquer prognóstico que se pudesse fazer diante da chegada discreta, com a pré-temporada já em andamento. Pois em dois amistosos, o gaúcho de Tramandaí que voltava de estômago vazio do futebol sul-coreano meteu logo três gols. Só que a burocracia impedia a estreia nos jogos que realmente interessavam.

— Eu acredito que as coisas acontecem conforme têm que ser. Quando entrei, estava pronto.

Na primeira partida, porém, deu tudo errado. Em Canoas, o time foi mal, ele junto, e o técnico, mandado embora.

— Na minha visão, não fui bem mesmo. Tenho consciência disso, me cobro muito.

Diante do São José-PA, na noite da última segunda-feira, Zulu finalmente chegou para o Juventude no Gauchão. Verdade que ele já poderia ter feito a virada toda por conta própria, não fosse um cabeceio incrível perdido, mas já estava lá para abrir o caminho da virada.

— Para mim não existe gol feio nem pênalti mal batido. A bola entrou, tá valendo. Óbvio que todo mundo gosta de ver um lance especial, diferente, mas eu não sou um cara de extrema habilidade.

Algo que o centroavante pode vir a descobrir a respeito de clássicos é que gol em rival histórico pode ser a coisa mais linda do mundo. Embora ele já suspeite.

— Um gol seria consequência do trabalho e de entrar ligado no jogo. Mas acredito que teria sabor especial por ser em clássico.

O caminho Zulu já conhece. Pelo Esportivo, marcou duas vezes contra o Caxias. Em pleno Centenário. Sinal de sorte contra os grenás?

— Ah... Bom é ter sorte contra todos os adversários — despista, com indiscutível categoria.

Lima carrega esperança no Centenário

Seu nome já é motivo de alegria, entusiasmo e vibração entre os torcedores do Caxias. Depois de marcar um gol na estreia com menos de 10 minutos em campo, na vitória de 2 a 0 sobre o Cruzeiro-PA, domingo, no Estádio Centenário, o centroavante Lima se transformou na esperança de dias, anos e calendários melhores para a nação grená daqui para a frente. Aos 29 anos, o paranaense de 1m90cm está pronto para o primeiro Ca-Ju de sua vida, mesmo que seja só por 45 minutos.

— Clássico é sempre bom de se jogar. É a chance de se firmar na equipe, de se consagrar com o torcedor. Mas não dá para atropelar as coisas, o Lisca é quem vai escalar o time. Ele vai decidir de saio ou não jogando — desconversa o artilheiro.

Ainda sem os 100% de condicionamento físico, é provável que Lima inicie na reserva de Waldison, que também fez um gol no último jogo quando substituiu o lesionado Everton. Seria a arma secreta não tão secreta assim de Lisca.

— Ele está bem adaptado e ambientado ao grupo. É um cara importante pela experiência, independentemente de começar o jogo ou não. O certo é que ele vai jogar — afirma o treinador.

De clássicos, Lima recorda que já ganhou mais do que perdeu. Fez o gol de um título do Atlético-PR no Atle-Tiba e outros em triunfos do Bahia no Ba-Vi. O segredo é um ritual que ele não conta para ninguém:

— Prefiro não revelar. É uma coisa que faço antes dos jogos e que dá certo. Sinto falta quando não faço, é uma questão psicológica.

Com a torcida do Caxias, Lima poderia dizer que foi uma namoro à primeira vista:

— Antes de entrar em campo contra o Cruzeiro, os torcedores já estavam me aplaudindo. Isso é muito bom. Entrei mais motivado ainda. Quando fiz o gol, só queria comemorar com eles.

E se for para acontecer tudo de novo, que seja no Ca-Ju.

— Se eu começar no banco, vou ficar ligado no jogo observando os zagueiros adversários. Ver quem é lento, quem é mais técnico. Assim, quando eu entrar, saberei o que fazer — promete o camisa 9, ou melhor, o 18, por enquanto.

E se outra vez marcar um gol, este, por ser em clássico, vai ter dedicação especial. A mulher de Lima, Rose, no qual o nome ganhou uma tatuagem no braço do jogador, mora em Curitiba e está grávida de oito meses. Pai de Amanda e Beatriz, o centroavante agora espera pelo nascimento de Bianca:

— Só faço filha.

— E gol — poderia brincar o novo ídolo grená.

Treino em segredo

Picoli aposta no mistério para vencer o clássico. A maior parte do treino de ontem, que encaminhou o time, foi fechada. Mas as únicas dúvidas devem ser nas laterais. Sim, porque o 4-4-2 é uma aposta forte. Pico ou Rafael na direita, Alex Teles ou Tiago Silva na esquerda. Christian Yeladian entra no meio-campo.

Treino interrompido

Praticamente não houve o treino de véspera no Caxias. Após uns dois escanteios e umas trocas de passes, caiu uma chuvarada e o trabalho no gramado principal do Centenário foi interrompido com 10 minutos. Pedro Henrique, preservado, ficou de fora. Marcos Rogério e Lima começaram no time titular.

adao.junior@pioneiro.com
gabriel.izidoro@pioneiro.com

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