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Esportes  | 20/01/2011 07h41min

Construtora começa a trabalhar no Beira-Rio na próxima semana

 

 

Assim que o Conselho Deliberativo do Inter disser "agora!", a Andrade Gutierrez assume imediatamente as obras de remodelação do Beira-Rio. Falei com o diretor comercial da construtora mineira, Leonardo Salvaterra, que na próxima semana entrega ao presidente Giovanni Luigi os ajustes na proposta encaminhada ao clube em setembro, mas não levada adiante por Vitorio Piffero. De lá para cá, as máquinas começaram a trabalhar no estádio conforme o modelo anterior. É preciso refazer alguns cálculos. Nada grave, me garante Salvaterra. Meros ajustes:

— Segue tudo como antes. O Inter terá risco zero na construção e receberá o estádio prontinho em dois anos, a tempo de receber jogos da Copa das Confederações, como quer a Fifa.

Perguntei como fica o financiamento do BNDES. Como se sabe, a burocracia e os prazos de um banco público transformam tudo em novela, e o Inter tem pressa se quiser manter o Beira-Rio como estádio da Copa de 2014 . Salvaterra está tranquilo. Acostumada a erguer hidrelétricas, portos e metrôs nos 38 países nas quais está instalada, a Andrade Gutierrez conhece os atalhos do negócio e tem relação estreita com a entidade. A estimativa é de que, em seis meses, o dinheiro seja liberado. A divisão da conta ficaria assim: 67% de empréstimo do BNDES e 33% da construtora, mais o aporte do Inter (que já está sendo feito). Salvaterra está confiante:

— Temos experiência. A obra não vai esperar: a gente sai tocando tudo já, com dinheiro próprio.

A exploração do novo Beira-Rio pela Andrade Gutierrez seria de 20 anos. Bilheteria, cotas de TV, renda com sócios, tudo isso ficaria com o Inter. O lucro viria da exploração das áreas vip, camarotes, estacionamento e outras ações, nos moldes do novo Wembley (Londres) e do Galatasaray Arena (Instambul). A avaliação interna no Beira-Rio é de que bancar R$ 150 milhões do próprio cofre é suicídio. Logo ali adiante faltará dinheiro para manter e reforçar o time. Com o risco de ter de investir em argamassa e cimento em vez de centroavante e goleiro, e nem assim terminar tudo no prazo exigido pela Fifa, a terceirização das obras do Beira-Rio caiu do céu para o Inter.

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