Esportes | 19/01/2011 10h03min
Primeiro, a novela Ronaldinho. O Grêmio entregou tudo na mão de Assis, um interlocutor que durante uma década foi motivo de desconfiança no clube por motivos fartamente conhecidos.
Perdeu uma eternidade só pensando nisso, sem manter um contato sequer com o Milan, que detinha o poder absoluto sobre o jogador. Ronaldinho tinha contrato com o Milan até junho, e o Grêmio acreditou que Assis o liberaria de graça.
Foi mais ou menos como acreditar em Papai Noel.
Freud teria dificuldades em explicar esta relação de amor e ódio do Grêmio com a família Moreira. Por conta desta novela, até agora só apresentou Vinícius Pacheco, uma incógnita. Jogador para chegar e ser titular? Nenhum.
E agora, essa. O técnico Renato diz que não quer treinar o time no Interior em entrevista coletiva, sem consultar os dirigentes. O presidente Paulo Odone e o vice de futebol Antônio Vicente Martins não gostaram.
Falei com Martins. Hoje mesmo ele dirá que Renato trate de desistir da ideia de só comandar o time em Porto Alegre. Apenas em casos excepcionais o maior ídolo do clube deixará de comandar o time nas agruras do Interior.
Pensei cá comigo e me dei conta que ainda não critiquei Renato desde sua chegada. Defendi até, quando ele pediu R$ 600 mil mensais, que o Grêmio deveria pagar o que seu maior ídolo sonhasse. Qualquer quantia, por maior que fosse, seria economia perto do dinheiro que Renato impediu o Grêmio de perder ao livrar o clube do rebaixamento. E também perto do que sua presença no Olímpico renderá de lucro.
Lá vai a primeira crítica, então.
Escolher cidade para dirigir o time não tem explicação. Nesta, Renato pisou na bola. A direção está certa em recusar seu pedido. O gremista do Interior tem tanto direito de vê-lo quanto o da Capital, e isso faz parte do projeto de uso da imagem de Renato para angariar sócios e aproximar o torcedor do clube. E mesmo que não fosse o caso: o técnico é pago para treinar.
Eis aí um atrito absolutamente desnecessário.
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