Esportes | 18/01/2011 08h10min
O tempo está se esgotando. Em breve, faltará dinheiro para bancar as obras de remodelação do Beira-Rio nos padrões exigidos pela Fifa visando a Copa de 2014, que será realizada no Brasil.
Uma análise interna do Inter aponta para muito além dos R$ 150 milhões inicialmente estimados o custo total da obra, cifra impagável com recursos próprios.
A parceria com uma grande construtora, portanto, precisa ser acelerada. Do contrário, a conta vai estourar no futebol — drenando recursos e reduzindo a margem para contratações de reforços.
A Andrade Gutierrez é a parceira mais próxima do Inter. Em setembro do ano passado, uma proposta da construtora mineira repousou na mesa do então presidente Vitorio Piffero, que não a levou adiante. Agora, será retomada — e acelerada.
O clube manteria intacta a arrecadação com sócios, os direitos de TV e a bilheteria. O retorno do investimento para a construtora se daria por meio de receitas criadas a partir da própria reforma: exploração de áreas vips, aluguel de mais de uma centena de camarotes, estacionamentos e outras fontes de lucro criadas sob inspiração de arenas como o novo Wembley, em Londres, e o Galatasaray Arena, na Turquia.
Uma comissão, que contemplará todos os segmentos políticos do clube, vai analisar a nova realidade dramática detectada. O plano é aprovar o modelo com uma construtora o mais rápido possível no Conselho Deliberativo.
O risco de perder o aval da Fifa — e a grife de ser sede da Copa — antes de o estádio ficar pronto, com evidentes prejuízos para a imagem do clube, também será argumento para aprovar o novo modelo de financiamento. Isso sem falar no comprometimento financeiro no futuro.
Não há risco imediato de o departamento de futebol ser contaminado pela sangria de recursos para cimento e argamassa. O dinheiro que está sendo usado na largada das obras são os R$ 28 milhões da venda do Estádio dos Eucaliptos para a Melnick Even, uma das maiores incorporadoras do Brasil, com foco em empreendimentos residenciais de alto padrão.
Mas logo ali adiante, esta é a avaliação da atual direção, o risco de faltar dinheiro existe. E de onde o Inter teria que tirar dinheiro para não parar a obra? Do futebol, é claro.
Soou o alerta vermelho.
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