| 30/12/2010 04h08min
Entre todos os dirigentes do Grêmio, o vice de futebol Antônio Vicente Martins foi o que sempre tratou com maior cautela a possibilidade da contratação de Ronaldinho.
Mesmo após a reunião de 21 de dezembro, em que Grêmio e Assis definiram o salário do jogador, optou por dizer que o negócio ainda não havia sido concluído. Ele não faz rodeios para afirmar que o Grêmio não teria como pagar a indenização de R$ 17,6 milhões que estaria sendo exigida pelo Milan para liberar o jogador. A seguir, trechos da entrevista feita ontem:
Zero Hora – O Grêmio tem dinheiro para pagar a indenização (8 milhões de euros, cerca de R$ 17,6 milhões) que o Milan fixou por Ronaldinho?
Antônio Vicente Martins – O Grêmio não tem esse recurso, ninguém tem. Sem dúvida, é um dos dificultadores da operação. Nosso negócio é com o jogador. E já é o maior negócio do futebol brasileiro.
ZH – Então, como acreditar que ele será contratado?
Martins – Ainda haverá muitas idas e vindas. Às vezes, se esconde uma carta, se faz um recuo estratégico, se pensa melhor em casa, com a cabeça no travesseiro.
ZH – Arrisca uma previsão para o fechamento do negócio?
Martins – Com certeza, não será em 2010. Pode ser no começo de 2011. A multa é um obstáculo, e se eles permanecerem com a posição desse pagamento, esse negócio fica adiado para o final de junho (data em que se encerra o contrato com o Milan e o jogador ficará livre).
ZH– O senhor mantém a mesma convicção de duas semanas atrás quanto a um final feliz?
Martins – Continuo. Mas com os pés no chão. Estou sendo muito coerente nas entrevistas. Não retiro o meu otimismo, mas o negócio ainda não está fechado.
ZH – Como evitar a frustração dos torcedores se Ronaldinho não for contratado?
Martins – Certamente a frustração seria grande. Para o próprio jogador, que está com vontade de jogar no Grêmio, para os dirigentes e para os torcedores, que, certamente, irão nos criticar. Mas temos que ser ousados na medida certa.
ZH – O que significa isso ?
Martins – Não seremos irresponsáveis. O projeto é mais do que autosustentável, é rentável para o clube, mas se concluirmos que nos falta suporte para realizá-lo, não deixaremos a conta para que os outros paguem por conta de uma vaidade pessoal.
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