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Esportes  | 09/12/2010 02h16min

Pela 13ª vez na Libertadores, Grêmio pega um desconhecido na estreia

Técnico Renato tenta manter bom retrospecto de técnicos gaúchos no tricolor

A Copa Libertadores de 2011 terá, mais uma vez, a participação do Grêmio, um dos clubes de maior tradição no torneio. Será a 13ª vez que o Tricolor disputará a competição.

O clube gaúcho começa disputando a pré-Libertadores contra o Liverpool (URU), em jogos com datas ainda indefinidas. Mas é certo que o primeiro jogo será no Uruguai e a decisão no Olímpico.



O primeiro adversário

Fundado em 1915, o Liverpool, do Uruguai, chega à sua primeira Libertadores, depois de ser o melhor time (à exceção dos campeões) somando Apertura 2009 e Clausura 2010. À sua frente, apenas os gigantes Nacional e Peñarol. Para o jornalista do uruguaio El Pais Luis Cabrera, a vaga inédita é um prêmio para o pequeno clube de Montevidéu:



Time jovem e carente de gols

A recente evolução da equipe tem um responsável direto: o técnico Eduardo Favaro, um entusiasta das categorias de base. A média do time titular bate nos 25 anos. E apenas um titular, Carlos Macchi, tem mais de 30 anos. No entanto, a saída do atacante Emiliano Alfaro, destaque no Apertura 2009, deixou o clube órfão de gols. Mal no San Lorenzo, é provável que volte para disputar a Libertadores.

A força do time está mesmo na linha de defesa. O destaque atende por Juan Alvez. Zagueiro de 1m68cm, compensa sua baixa estatura com técnica e velocidade. Pode ser lateral direito também.

— Para almejar algo maior, o Liverpool precisaria de reforços em todos os setores. Mas é difícil ver um time, que se notabilizou por exportar em vez de importar valores, montar um grande plantel — pondera Cabrera, que considera o Liverpool um time médio no cenário uruguaio.



A história do Grêmio na Libertadores

A primeira vez que o Grêmio disputou uma Libertadores foi em 1982. Com a equipe campeã brasileira no ano anterior, treinada por Ênio Andrade, o Grêmio não foi bem. Em seis jogos, apenas uma vitória, justo contra o Peñarol, time que terminaria com o título naquela temporada.

Foto: Adolfo Alves, BD ZH

Mas a experiência de ter participado pela primeira vez da Libertadores serviu de aprendizado para o grande ano de 1983. Com o vice do Brasileirão de 1982, o Grêmio novamente estava no torneio e, desta vez, não foi para brincadeira. Uma campanha que teve jogos históricos contra o poderoso Flamengo de Zico, o drama de La Plata, quando os atletas chegaram a pensar que iriam morrer dentro de campo, e o milagre protagonizado pelo goleiro Mazaropi, quando defendeu um pênalti que eliminaria o time gaúcho contra o América de Cali, na fase semifinal, em pleno Olímpico. Na final, nada melhor do que derrotar o atual campeão, Peñarol, e ficar com o título.

No ano seguinte, em 1984, como atual campeão, o Grêmio entrou direto na fase semifinal. Naquela época, um triangular, em turno e returno, decidiria o finalista. Depois de passar por Flamengo e Ula de Merida, o Tricolor parou no Independiente na decisão.

Depois, foram seis anos sem disputar a Libertadores. A volta ocorreu em 1990, depois que o time conquistou o primeiro título da Copa do Brasil. Mas foi eliminado logo na primeira fase, em um grupo que tinha Vasco, Olímpia (PAR) e Cerro Porteño (PAR).

Foto: Paulo Franken


Cinco anos depois, em 1995, sob o comando de Luiz Felipe Scolari, o Grêmio chegou ao bicampeonato. Assim como em 1983, quando derrotou o Flamengo, o time gaúcho fez duelos históricos contra o Palmeiras, na época treinado por Carlos Alberto Silva, e com estrelas como Roberto Carlos, Rivaldo, Edmundo, entre outros.

O título em 1996 bateu na trave. Com a base da equipe campeão no ano anterior, o Grêmio parou nas semifinais, quando foi derrotado, de virada, pelo América de Cali, da Colômbia, por 3 a 1.

Em 1997, a derrota foi nas quartas de final, diante do Cruzeiro. Até hoje os gremistas não se conformam com a convocação de Paulo Nunes, grande nome do time treinado por Evaristo de Macedo, para a Seleção Brasileira. Fato que o tirou dos confrontos contra os mineiros. A campanha foi parecida em 1998, quando o Tricolor perdeu para o Vasco nos jogos eliminatórios pelas quartas.

Em 2002, sob o comando de Tite e com o time campeão da Copa do Brasil, o Grêmio parou nas mãos do goleiro Tavarelli. O paraguaio, que depois jogou no Estádio Olímpico, foi o heroi do Olímpia na disputa de pênaltis.

A boa campanha no Brasileirão de 2002 deu novamente a chance do Grêmio disputar a Libertadores em 2003. Mas o filme se repetiu e uma nova eliminação ocorreu, desta vez nas quartas de final: empate no Olímpico e derrota fora de casa.

Foto: Daniel Marrenco



Em 2007, com Mano Menezes como treinador, o Grêmio passou por São Paulo e Santos, até chegar à final contra o Boca Juniors. Mas, contra os argentinos, foram duas derrotas, na Bombonera por 3 a 0, e no Olímpico por 2 a 0.

No ano de 2009, o Grêmio perdeu diversas chances de marcar contra o Cruzeiro no Mineirão, perdeu por 3 a 1 fora de casa e não conseguiu recuperar em Porto Alegre. O Tricolor, mais uma vez, perdia nas semifinais.

Em 2011, o Grêmio vai para a competição novamente com um técnico gaúcho no comando. Foram com treinadores nascidos no Estado que o Tricolor conseguiu os melhores resultados. Em 1983 foi campeão com Valdir Espinosa e, em 1995, com Felipão. Nas campanhas dos vices em 1984 e 2007 os comandantes eram Carlos Froner e Mano Menezes. Nos terceiros lugares, em 1996 e em 2002, Felipão e Tite eram os técnicos. Agora, é tudo com o Renato.

CLICESPORTES
Luiz Armando Vaz / 

Torcida do Grêmio fez a festa com a volta à Libertadores
Foto:  Luiz Armando Vaz


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