O jejum terminou. Vinte e seis anos depois da última conquista do Brasileiro, o Fluminense derrotou o Guarani neste domingo, por 1 a 0, no Engenhão, e sagrou-se o campeão nacional de 2010. A segunda colocação ficou com o Cruzeiro, que venceu o Palmeiras.

Em um jogo truncado, de futebol pouco vistoso, o Fluminense abriu o placar contra o Bugre aos 16 minutos do segundo tempo. Carlinhos cruzou, Washington desviou e Emerson completou para as redes: 1 a 0 para o Flu. A bola passou pelo meio das pernas do goleiro do Guarani.

Nos outros jogos dos times da ponta de cima da tabela, o Cruzeiro venceu e o Corinthians não saiu do empate com o Goiás. O time mineiro virou contra o Palmeiras, 2 a 1, em casa. Já o Corinthians saiu atrás no marcador e não conseguiu superar o Goiás no Serra Dourada. Os resultados deixaram o Cruzeiro na vice-liderança.

Não foi pequeno o esforço para chegar ao bicampeonato brasileiro. Nomes como Muricy Ramalho, Fred, Conca e Deco colaboraram para uma das folhas de pagamento mais altas da competição. Mesmo assim, o Flu recebeu o Bugre na última rodada, no Engenhão, precisando de uma vitória. Isso porque Corinthians e Cruzeiro, logo atrás, também brigavam pelo título e espreitavam uma falha do time carioca.

Das 38 rodadas do campeonato, a equipe se manteve em primeiro em 23 delas. A 10ª rodada da competição marcou o ápice inicial do time, que disputava com o Corinthians a primeira posição. A partir do 12º jogo, a liderança foi ameaça em raras ocasiões.

Essa supremacia se deve, em grande parte, a dois nomes: o técnico Muricy Ramalho e o meia Conca. Entre altos e baixos de rendimento da equipe, o treinador não esmoreceu, e o jogador não oscilou de produção.

Ninguém entende mais de pontos corridos no Brasil do que Muricy. Com o Fluminense, neste domingo, ele chegou à sua quarta conquista do Brasileirão com essa fórmula de disputa. De oito títulos nacionais em pontos corridos, desde 2003, o treinador sagrou-se campeão de quatro.

O canhoto Darío Conca é, provavelmente, o grande desta que do Brasileirão 2010. Trata-se de um craque que manteve o mesmo nível de atuação em toda a competição. O canhoto distribui o jogo com elegância, arremata com maestria, empreende dribles curtos e objetivos, possui excelente visão de jogo e cobra faltas milimétricas.

Por isso, é possível afirmar: o jejum terminou e, se depender de Muricy e Conca, não vai voltar.