Depois de quase uma hora confinado em uma sala da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Roberto de Assis Moreira manteve em suspense o futuro do convênio do Instituto Ronaldinho Gaúcho (IRG) com a prefeitura. Segundo o irmão e empresário do meia do Milan, a reunião da manhã desta quinta-feira foi importante para esclarecer o seu descontentamento com "questões técnicas".

— Estou otimista que a parceria continue — disse Assis, em rápido depoimento antes de deixar o prédio no centro de Porto Alegre.

Para que perdure o convênio que atende mais de 700 crianças e adolescente carentes, foi criado um grupo de trabalho com dois representantes de cada parte, da Secretaria e do IRG. Um encontro já ocorrerá na tarde desta quinta, para resolver o impasse em, no máximo, uma semana. A urgência parte, sobretudo, da secretária municipal de Educação, Cleci Jurach, preocupada com o planejamento do próximo ano letivo. Cleci garantiu que o descontentamento do Instituto não circunda questões financeiras.

— Eles sabem até onde a prefeitura pode ir em relação ao repasse de verbas — argumentou a secretária. — São cerca de R$ 120 mil mensais de recursos próprios que a Smed destina para a obra social.

Foto: Lucas Rizzatti

Os detalhes técnicos mencionados por Assis foram esmiuçados pela secretária. Entre eles, está o uso da sala de informática. Segundo o IRG, o espaço deveria comportar 40 crianças, e não 20 como atualmente.

— Temos que envolver toda a prefeitura nisso. Não é um problema só da Educação. Por exemplo, há uma intenção de se usar uma trilha no Instituto. Nesse caso, é preciso colocar a Secretaria do Meio Ambiente (Smam) em ação para analisar as questões ambientais — afirmou Cleci, que busca obter uma renovação mais longa da parceria. Em vez de assinar por mais um ano, ela pretende garantir o convênio até o fim de 2012, quando encerra sua gestão.

Correspondência alertou para impasse

A possível interrupção do convênio foi aventada assim que a secretária recebeu mensagem de Dona Miguelina, com o desejo de encerrar a parceria, dias atrás. Na reunião desta quinta, Cleci foi informada que o IRG havia ido ao encontro do órgão antes do envio da correspondência, porém sem procurá-la diretamente. E, depois de receberem "respostas insatisfatórias", resolveram encerrar no fim de dezembro o acordo que já durava dois anos. Após a Smed procurar o IRG, Assis colocou-se à disposição para conversar.