Esportes | 01/12/2010 10h10min
Pato Abbondanzieri, 38 anos, é o jogador mais experiente do grupo do Inter. Uma lenda cujo ciclo será encerrado no final do ano, após o Mundial de Clubes. Fora de campo, é brincalhão com os colegas, quase um guri. Desde menino, aliás, começou sua dedicação à profissão – aos 11 anos, conciliava treinos, colégio e trabalho no campo. E amava a rotina.
– Sou um trabalhador. Gosto de fazer coisas de campo, como conduzir trator, produzir. Com dez ou 11 anos, trabalhava com arado. Saía da escola e ficava louco para trabalhar no campo. À noite, eu treinava – relembra, orgulhoso.
Além do futebol, o goleiro colorado tem outra paixão: o automobilismo. Se não fosse jogador, certamente seria piloto. A paixão é tamanha que sua fazenda na Argentina, na região da Bouquet, tem uma. E kart e capacete personalizados.
– Tenho uma pista de kart na estância. Temos um grupo que corre, do qual Palermo (centroavante do Boca Juniors, ex-time de Pato) faz parte. Não podemos correr muito por causa do contrato – comenta.
Aposentadoria já rende convites
Depois de se aposentar, Abbondanzieri pretende dar um tempo no futebol, mas não descarta voltar um dia. Seu amigo Martín Palermo já o convidou para trabalharem juntos futuramente.
– Em 2011 quero aproveitar minha família, descansar. Palermo pretende ser treinador e disse, pela imprensa, que me quer como auxiliar – disse.
O multicampeão
Abbondanzieri dispõe de um currículo invejável. São 14 títulos pelo Boca: três Libertadores, dois Mundiais, duas Copas Sul-Americana, uma Recopa e seis Campeonatos Argentinos.
– Sou privilegiado. Há muitos atletas de valor por aí que não conseguiram nada. Eu tive muitos títulos – gaba-se.
A decisão do Mundial de 2003 foi especial para ele. Contra o Milan, defendeu pênaltis de Costacurta e Pirlo, e foi o herói do título. Pato também disputou a Copa do Mundo de 2006, quando a Argentina foi desclassificada pela Alemanha nas quartas-de-final.
A adaptação
Em pouco tempo, o goleiro já se considera gaúcho honorário. Para Abbondanzieri, Porto Alegre é parecida com Rosario, no seu país natal.
O maior problema foi a adaptação ao futebol brasileiro. Chegou a ser criticado por espalmar demais a bola. Aos 38 anos, não conseguiria mudar isso, segundo o argentino.
– O Inter contratou Pato Abbondanzieri e seu modo de jogar. Não tinha como mudar isso – frisa.
Saída do time
Contratado no início deste ano para ser o titular da Libertadores, Pato jogou e foi importantíssimo até a chegada de Renan – quando acabou perdendo a vaga no time na semifinal da competição. Sem entender o motivo:
– Acho que foi injusto. Sempre respeitei meus colegas, mas creio que não merecia. Estou em dúvida no que aconteceu. Foi algo além do futebol – relembra.
Com a saída do time, Pato poderia ter brigado, fechado a cara, reclamado. Não fez nada disso. Continuou trabalhando normalmente, buscando espaço, e servindo de exemplo fora de campo.
Perfil
Nome: Roberto Carlos Abbondanzieri.
Data e local de nascimento: 19/8/1972, em Bouquet, Província de Santa Fe (Argentina).
Comida preferida: Batata empanada e bife a milanesa.
Filme preferido: Não tem.
Último filme que viu: Homem de Ferro 2.
Jogo inesquecível: "Em 2004, pela semifinal da Libertadores, contra o River Plate. Defendi o último pênalti, cobrado por Máxi Lopez!"
Onde passa as férias: "No campo, onde posso ficar tranquilo."
Ídolo no futebol: "Quando comecei, achava que era Maradona. Hoje, não tenho."
Ídolos na vida: "Vários."
Se não fosse jogador de futebol, seria? Piloto.
Escolaridade: Ensino médio.
Pior situação que passou em campo: "Duas operações no ombro esquerdo, pelo Rosario Central e depois pelo Boca Juniors."
Música preferida: Cuarteto (típico argentino).
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