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A ESTREIA
A caminhada do Figueirense na Série B 2010 começou o pé direito. O time venceu o São Caetano no estádio do Canindé, em São Paulo, por 1 a 0, no dia 8 de maio. O autor da gol da vitória foi o jovem meia Roberto Firmino, na época ainda com 18 anos (completou 19 no dia 2 de outubro). Ele mostrou oportunismo para aproveitar a falha de Augusto Recife e completar para as redes, em um prenúncio da importância que teria na campanha alvinegra.

A GOLEADA QUE ESPANTOU A CRISE
A sexta rodada foi determinante para o time treinado por Márcio Goiano deixar claro quais as pretensões do Figueirense na Série B. A equipe vinha patinando nas primeiras rodadas, vagando entre as posiçõs intermediárias da tabela, mas a acachapante goleada de 6 a 0 sobre o ASA-AL, no dia 1/6, no Orlando Scarpelli, deu moral aos jogadores e recolocou a equipe nos trilhos.

Dominada do início ao fim do jogo, a equipe nordestina teve sorte de não sofrer uma derrota ainda mais humilhante. Os destaques do Alvinegro no jogo não foram poucos: o volante Coutinho, titular na época, anotou dois gols. Willian, Lucas e Héber também marcaram, e até o atacante Marcelo Nicácio que deixou o time pouco tempo depois, deixou sua marca.

O G-4
O Figueira já tinha marcado presença no G-4 ao final da 2ª rodada, mas provou que iria brigar para valer por uma vaga na Série A de 2011 após a 8ª jornada. O triunfo por 2 a 0 sobre o Vila Nova, no dia 13/7, no Orlando Scarpelli, marcou o ingresso definitivo do Alvinegro no G-4, de onde se ausentaria por pouquíssimas rodadas. O jogo marcou também a retomada da Segundona após a disputa da Copa do Mundo na África do Sul.

A equipe catarinense foi melhor que o time goiano durante toda a partida e, graças a gols de Willian e Roberto Firmino, venceu sem problemas. A presença de quase 6 mil pessoas no estádio começava a dar sinais de que a torcida estava retomando a confiança no Figueirense.

CHUVA DE GOLS
A 14ª rodada da Série B foi marcada por mais uma goleda do Figueirense. A vítima da vez foi o Ipatinga, que quase não criou e ainda viu o Alvinegro balançar as redes cinco vezes, no dia 13/8, no Orlando Scarpelli. O triunfo por 5 a 0, visto no estádio por 7 mil torcedores, teve gols de Reinaldo, Maicon, Lucas e Willian (duas vezes). O resultado colocou o Furacão na liderança provisória da Segundona na época, firme na briga com o Coritiba pela ponta.

Foi o auge da fase goleadora do Figueira, que havia feito 5 a 1 no Icasa poucas rodadas atrás. O futebol "pra frente" do time não mudou, mas a grande maioria dos adversários percebeu o talento ofensivo do time catarinense e passou a jogar fechadinho na defesa, abdicando do ataque. A média de gols do Alvinegro caiu no segundo turno; as vitórias, porém, não minguaram.

A LIDERANÇA
Brigar por uma vaga no G-4 e conquistar o acesso à Série A são o que bastam na Segundona, certo? Não para o Figueirense, que provou que iria brigar pelo título da Série B pra valer após a 16ª rodada. O Alvinegro derrotou o América-RN no dia 24/8, no estádio Machadão, em Natal, por 3 a 1, com gols de Fernandes, Ygor e Reinaldo, e ultrapassou o Coritiba, assumindo a liderança isolada da competição.

À essa altura, no final de agosto, os times que iriam lutar pelos quatro primeiros lugares do campeonato ainda não estavam bem definidos. Sabia-se apenas que Figueira e Coritiba eram os times mais fortes do torneio até então, o que segue sendo a tônica do campeonato até o fim.

DUELO DE GIGANTES
Um dos jogos mais marcantes do Figueirense nesta Série B foi contra o Coritiba, no Orlando Scarpelli, no dia 28/8.

A 17ª rodada marcou o primeiro encontro das duas melhores equipes do campeonato, que na época já eram líder e vice-líder (só que em posições invertidas, com o Alvinegro na ponta). Mais de 15 mil pessoas compareceram ao Scarpelli para apoiar o Furacão, e não se decepcionaram: vitória por 2 a 0, com gols de Ygor e Juninho.

O time-base do Figueira já estava mais bem definido à essa altura, com a espinha dorsal formada por Wilson, Roger Carvalho, Ygor, Willian e Reinaldo. Com o Coxa fechado na defesa e nitidamente jogando pelo empate, coube ao lateral Juninho e ao volante Ygor, titulares absolutos da equipes, garantirem o resultado. O Alvinegro chegou a cometer alguns tropeços no segundo turno, mas o triunfo sobre o Coritiba isolou o Alvinegro na liderança e deu uma certeza à torcida: desta vez a vaga não escaparia.

TROPEÇOS
O Figueira terminou a 23ª rodada dando um susto na torcida. A equipe catarinense, que já vinha de derrotas para Portuguesa e América-MG, foi superada pelo Náutico por 1 a 0, no Estádio dos Aflitos, no dia 21/09, e viu-se fora do G-4 depois de muito tempo. Para piorar ainda mais o drama alvinegro, o ídolo Fernandes desperdiçou um pênalti no finalzinho do jogo, cobrando fraco e permitindo a defesa do goleiro Glédson.

O jogo também marcou o fim do inferno astral do Figueira no mês de setembro, o pior da equipe neste ano. O confronto com o Náutico foi simbólico: além de ter um pênalti claro não marcado na primeira etapa, o Alvinegro ainda teve o atacante Willian expulso no início da etapa final.

A RETOMADA
Para recuperar-se de três derrotas seguidas, o remédio é fácil: três vitórias consecutivas. O Figueirense espantou a má fase vencendo o Brasiliense, o ASA-AL e completou a trinca metendo 4 a 2 na Ponte Preta, no dia 01/10, no Orlando Scarpelli, debaixo de muita chuva. O Alvinegro teve o mérito de segurar a Macaca, que veio para cima no início da partida, e demonstrou objetividade para construir a vitória.

Reinaldo abriu o placar de pênalti, sofrido (cavado seria a melhor descrição) pelo volante Túlio, que chegou no segundo turno ao Figueira e encaixou-se como uma luva no time. Roger Carvalho aumentou de cabeça, mas a Ponte encostou com Souza. Brilhou então a estrela de Willian, que aproveitou falha bisonha do goleiro Eduardo Martini para completar para as redes e matar o jogo. Nos acréscimos, Maicon e Bruno ainda anotaram um tento para cada lado.

O CALDEIRÃO SCARPELLI
A vitória de 1 a 0 sobre o Bahia, no dia 19/10, pela 30ª rodada, não foi o recorde de público do Orlando Scarpelli nesta Série B. Os mais de 10 mil torcedores que foram ao jogo, no entanto, empurraram o time do primeiro ao último minuto, e tornaram-se peça-chave no triunfo que deu início à derradeira arrancada do time na reta final da Segundona. O resultado deixou o Furacão em uma posição confortável, isolado na vice-liderança da tabela de classificação.

O jogo foi ainda mais importante por ter sido contra um rival direto na luta pelo acesso. O único gol do jogo foi anotado por Roberto Firmino, logo aos quatro minutos. O ataque alvinegro, no entanto, parou nas defesas inspiradas do goleiro Fernando e não conseguiu aumentar a diferança. Para a torcida, pouco importou: a vitória espantou o medo dos que temiam que o drama de 2009 se repetisse, quando o Furacão desperdiçou pontos importantes em casa. No caldeirão Scarpelli, quem manda é o Figueira.

A EXPECTATIVA
O acesso não era mais algo tão distante. Faltavam, é verdade, jogos complicados pela frente. Nada que intimidasse o Furacão do Estreito. O duelo contra o Sport Recife, adversário direto por uma das vagas na Série A foi tenso. O time criou diversas oportunidades, mas não conseguiu furar o bloqueio pernambucano.

Outro resultado que frustrou a enorme torcida alvinegra foi o empate, outro sem gols, diante do Duque de Caxias, dia 6 de novembro, dentro do Scarpelli. Porém, a equipe se redimiu em grande estilo. Foi impiedosa diante do lanterna América-RN e goleou por 4 a 0. Reinaldo, Willian, Pedro Carmona e Maicon anotaram os gols da partida disputada dia 9 de novembro.

 

A GLÓRIA
Jogando em Curitiba diante do líder, o Figueirense não conseguiu a vitória que o colocaria na Série A sem precisar do resultado da partida entre Bahia x Portuguesa. O time perdeu por 2 a 1. Com isso, jogadores e torcida tiveram que esperar o final do jogo entre baianos e paulistas. Atuando diante do seu torcedor, o Bahia venceu por 3 a 0, e carimbou o seu passaporte e do Figueirense para a Série A. Pois, a Portuguesa não poderia mais alcançar o alvinegro em número de pontos.

E o Furacão voltouuuuuuuuuuuu