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 | 12/11/2010 04h40min

Socorristas dão dicas para evitar mortandade nas estradas

Entre as recomendações, estão tranquilidade e atenção a velocidade e ultrapassagens

Marcelo Gonzatto  |  marcelo.gonzatto@zerohora.com.br

Ao começar cada plantão de 24 horas às margens da BR-116, no município de Barra do Ribeiro, o socorrista Tiago Pereira de Lima, 23 anos, adota uma medida destinada a evitar os acidentes graves e a mortandade de motoristas e acompanhantes. Lima une as mãos e reza: — Que Deus abençoe o meu plantão e ilumine a cabeça dos motoristas para que ninguém se machuque.

> Confira o que abre e o que fecha no feriadão

Nem sempre, porém, a oração é capaz de prevenir as tragédias rodoviárias que ele e o colega Victor Bloise, 32 anos, costumam atender prestando serviço para a concessionária Univias. Por isso, a dupla de socorristas acrescenta à súplica religiosa um apelo mundano endereçado aos milhares de motoristas que ocupam as rodovias a cada feriadão.

— Vá com tranquilidade, não há motivo para andar com pressa na estrada — aconselha Bloise, que trabalha há sete anos retirando homens, mulheres e crianças dos destroços de veículos.

Acesse o site especial com detalhes sobre os acidentes.


O alerta é justificado por uma dura rotina. Os dois são obrigados a pegar a estrada a bordo de uma ambulância sempre que um motorista se acidenta. Quando a viagem de alguém termina, a deles começa.

— Quase sempre, os acidentes ocorrem pelo excesso de velocidade ou por ultrapassagens irregulares — diz Lima.

As orações e apelos dos socorristas têm uma prioridade: as crianças. Cada um deles guarda na memória uma tragédia infantil como uma espécie de alerta para os condutores inconsequentes. Bloise ainda se emociona ao recordar do desespero de um pai às vésperas de um Natal:

— Nunca vi ninguém chorar tanto. Isso me marca demais até hoje.

O carro em que o pai e o único filho viajavam bateu em uma caminhonete que fazia uma manobra irregular. A criança, de cerca de 10 anos, morreu no local. Lima, em dois anos de serviço, também já deparou com esse tipo de tragédia. Após um acidente envolvendo um táxi e um ônibus, nem teve a oportunidade de socorrer uma mãe e dois filhos. Todos morreram no local. 

— Por isso, a gente pede para que os motoristas não corram e não misturem álcool com direção, outro problema muito comum — conta o jovem de 23 anos.

Neste feriadão, a dupla vai voltar a trabalhar às margens da BR-116. Vão rezar pela segurança dos motoristas – mas esperam contar também com a cooperação dos próprios beneficiados por suas orações.

*Colaborou Maria Rita Horn

 

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