Abu Dhabi, o palco da final do Mundial de Clubes da Fifa, verá uma prévia de decisão no domingo graças à vitória de Sebastian Vettel, da Red Bull, em Interlagos. O alemão estava otimista antes da prova de ontem.

– Esta é a torcida mais animada do mundo. Seria especial vencer aqui e ouvir a vibração – disse, minutos antes de entrar definitivamente no carro para vencer o GP do Brasil, que terminou mantendo o espanhol Fernando Alonso na liderança do campeonato.

Companheiro de Red Bull, o australiano Mark Webber ficou em segundo, com Alonso, da Ferrari, em terceiro.

Desta vez, os pilotos brasileiros não foram protagonistas como nas últimas edições. Mas a agitação começou já no sábado, quando o alemão Nico Hulkenberg, da Williams, companheiro de Rubens Barrichello, conquistou a pole position ao brilhar em uma pista úmida com pneus para o piso seco.

Mas a liderança não foi além da tomada de curva do S do Senna. Vettel partiu com tudo e assumiu a ponta para não mais perdê-la. Webber foi no embalo e passou em seguida.

Sabendo da necessidade de terminar à frente de Webber, Alonso foi para o ataque em cima de Hulkenberg. Foi um dos melhores pegas. O piloto da Williams resistiu por seis voltas.

Com problemas no treino de classificação, Felipe Massa, da Ferrari, nono no grid, parou logo no início para fazer a obrigatória troca de pneus.

Teria dado certo. No entanto, a Ferrari errou feio. Com uma roda dianteira mal apertada, o brasileiro teve de retornar aos boxes. Dia perdido. Para completar, no final, ainda seria jogado para fora da pista pelo suíço Sebastien Buemi, da Toro Rosso.

Alonso poderia terminar o GP do Brasil com seu terceiro título se houvesse tropeços da Red Bull e de Lewis Hamilton, da McLaren. Sempre atento e frio para calcular suas chances, Alonso estava em um dilema. Não poderia arriscar, para não perder sua grande vantagem sobre Webber. Por outro lado, não poderia acabar atrás do australiano. Por um motivo simples: a última etapa é amplamente favorável à Red Bull.

Uma dobradinha da equipe austríaca, com Vettel em segundo, garante o título para Webber. Esse detalhe explica por que o espanhol tentou buscar Webber nas voltas finais. Agora, o bicampeão terá de torcer por uma corrida fora dos padrões em Abu Dhabi.

Apesar da boa posição para conquistar o campeonato, Webber não escondeu o descontentamento por não haver ordem para troca de posições com o companheiro Vettel. Se vencesse, o australiano teria ficado a um ponto de Alonso. A irritação do vice-líder ficou evidente na chegada. Enquanto Vettel passou lentamente junto ao muro para comemorar a vitória e o título de construtores, Webber acelerou.

– Se trocássemos as posições, teria ajudado, mas não é a filosofia da nossa equipe.