Alonso poderia terminar o GP do Brasil com o terceiro título dele. Com vitória e tropeços da Red Bull e de Lewis Hamilton, da McLaren, o espanhol garantiria o campeonato com uma prova de antecedência. Sempre atento e frio para calcular as chances e as dos inimigos, Alonso estava em um dilema. Não poderia arriscar, para não perder a grande vantagem sobre Webber. Por outro lado, não poderia acabar a corrida atrás do australiano. Por um motivo simples: a última etapa é amplamente favorável à Red Bull. Uma dobradinha da equipe austríaca, com Vettel em segundo, garante o título para Webber, independente da posição do espanhol na última prova.

O detalhe, conhecido por Alonso, explica por que ele tentou buscar Webber nas voltas finais. Agora, o bicampeão precisará de uma corrida fora dos padrões em Abu Dhabi.

Webber reclama por não ter privilégios na equipe

Apesar da posição invejável para conquistar o primeiro título, Webber não escondeu o descontentamento por não ter vindo ontem uma ordem para troca de posições com o companheiro Vettel. Se vencesse, o australiano teria ficado a apenas um ponto de Alonso. A irritação do vice-líder ficou evidente na chegada. Enquanto o alemão passou lentamente junto ao muro para comemorar a vitória e o título de construtores próximo dos integrantes da equipe, Webber passou acelerando.

– Se trocássemos as posições, teria ajudado, mas essa não é a filosofia da nossa equipe. Foi uma boa prova do Vettel, e é assim que as coisas devem funcionar. O Alonso conseguiu ganhar mais pontos na Alemanha (porque Massa cedeu a vitória), mas essa é a filosofia deles – disse Webber, na coletiva.