| 03/11/2010 05h52min
Um velho inimigo dos surfistas gaúchos voltou a fazer vítimas no Litoral Norte. O estudante de Administração de Empresas Thiago Rufatto, 18 anos, morreu afogado em Capão da Canoa, na tarde de segunda-feira, quando sua prancha enredou-se numa rede de pesca. Ele foi socorrido, mas morreu a caminho do Hospital Santa Luzia.
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Filho mais novo do professor universitário Osmar Rufatto, Thiago, morador de Canoas, e três amigos surfavam quando depararam com um cabo de pesca. Todos superaram o obstáculo, menos Thiago.
— O meu filho ficou preso à corda — conta Rufatto, reproduzindo o que ouviu dos amigos do filho.
Naquele momento, o rapaz, desesperado, começou a lutar pela vida.
— Os amigos contam que Thiago afundava e voltava à superfície. Fez isso algumas vezes, até que não voltou mais — diz o homem de 58 anos, que sepultou o caçula às 17h de ontem, no Cemitério São Vicente, em Canoas.
Sem conseguir socorrer Thiago, os amigos saíram da água e reuniram uma pequena multidão para puxar a rede. Quando a corda que sustenta o artefato foi retirada, Thiago não estava preso à malha. Seu corpo foi encontrado boiando, por volta das 19h, num intervalo de tempo em que amigos e familiares estimam em 30 minutos.
Estudante do terceiro semestre de Administração na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Thiago era apaixonado por surfe e pela língua inglesa. No ano passado, ele uniu o útil ao agradável: passou seis meses aperfeiçoando o idioma em San Diego, na Califórnia, costa oeste dos EUA.
— Era uma pessoa muito amada por todos os nossos amigos. Ele unia todos os elos do grupo, era o centro dos amigos. Perdemos um guerreiro de fé, mas ganhamos um anjo — conta Vitor Leiria de Vasconcellos, 19 anos.
— É uma perda que não tem como explicar — complementa Luiza, sua única irmã.
Segundo Vitor, ele, Thiago e outros dois amigos entraram no mar próximo ao centro de Capão. Como a corrente estava em direção ao Norte, o acidente ocorreu nas imediações da praia de Araçá, ainda nos limites de Capão. Estudante de Arquitetura, Vitor acredita que o local onde Thiago morreu não seja destinado à pesca.
— A gente já surfou em várias praias do nosso Litoral e sempre respeitou locais com sinalização, mesmo quando as placas são ridículas de tão pequenas. Ontem (segunda-feira), se tinha placa de pesca, ninguém viu. Tenho quase certeza de que não era local de pesca — diz Vitor.
As circunstâncias da morte devem ser apuradas pela Delegacia da Polícia Civil de Capão da Canoa.
ZERO HORA
Thiago Ruffato, estudante, morreu afogado, preso a uma rede de pesca, no dia 1º de novembro, em Capão da Canoa
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