Em agosto, Rubens Barrichello respondeu de bate-pronto a uma pergunta sobre como definir Bernie Ecclestone:

- Ele é o cara!

Responsável por tornar a F-1 um espetáculo global, Bernard Charles Ecclestone completa 80 anos nesta quinta e não pensa em parar. Bernie foi piloto de carreira curta, empresário, dono de equipe e, como chefe dos construtores na década de 70, foi o primeiro a brigar pelos interesses dos times como cotas por direitos de TV, premiações e divisão dos lucros. Desde que começou a atuar nos bastidores, o dinheiro gerado pela F-1 se multiplicou e a categoria desbravou o planeta. Hoje, o inglês preside a Formula One Management (FOA), que controla a arte comercial, estrutural e logística da categoria com o mesmo vigor de décadas. Algum segredo?

– Não planejo nada. As coisas acontecem e tento fazer o melhor com o que está disponível. Provavelmente é um dom que muitos têm. Tive sorte. Quando uma oportunidade está lá, é preciso pegá-la. Eu pego oportunidades – disse o dirigente, em entrevista ao site da F-1.

Uma crítica a Bernie é a de que ele vem levando a categoria a países sem tradição como Bahrein, China e Emirados Árabes em troca de contratos milionários, enquanto pistas clássicas são largadas. Ele rebate:

– Nunca fiz nada por dinheiro! O dinheiro é produto do que faço. O que me motiva são bons acordos, não fazer dinheiro, e não entendem isso.

Quase tudo que se passa numa pista chega a Bernie. Mas, apesar de se dizer fã do estilo do ditador nazista Adolf Hitler na mobilização de pessoas, ele não é tido como ditador. Ao contrário, é querido nos paddocks.

– Sou um vendedor de carros e hoje apenas apago incêndios – afirma.

Ele não é mesmo de se planejar. Nem pensa em formar um sucessor:

– Não tenho ideia! Talvez peguem um outro vendedor de carros!