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Mundo  | 27/10/2010 22h20min

Direto da Argentina: Clima de luto coletivo toma conta das ruas de Buenos Aires

Após morte de ex-presidente, manifestantes exibiam faixas de apoio a Cristina Kirchner

Leo Gerchmann  |  leo.gerchmann@zerohora.com.br

A morte do ex-presidente argentino, Néstor Kirchner, nesta quarta-feira, tirou de Buenos Aires o aspecto de feriado que o censo intensivo, realizado em apenas em um dia, impunha. O clima é de luto coletivo.

A reportagem de Zero Hora chegou a Buenos Aires à tarde e, caminhando pelas ruas da cidade, constatou: as vias públicas mais movimentadas, em um dia de céu azul e sol ameno, eram a Rua Florida repleta de turistas e a Avenida de Maio, tomada por argentinos. O resto estava vazio.

Aos poucos, porém, os turistas foram se dando conta de que algo de muito diferente ocorria naquela tarde. Também aos poucos, aqueles argentinos que ficaram em casa, respondendo ao censo que se realizava intensivamente em todas as províncias, viram que estavam nas ruas as respostas sobre o futuro do país.

Foram à Praça de Maio, em frente à Casa Rosada (sede do governo argentino), para ver o que ocorria. E constataram que o momento era histórico. Eram milhares de pessoas cantando e chorando a morte do presidente que nunca deixou de ser, na prática, o chefe da nação.



Três cartazes traziam uma frase com forte significado para o futuro argentino: "Cristina, mais do que nunca, estamos com você!"

Velório será na Casa Rosada

O governo argentino informou que o corpo do ex-presidente Néstor Kirchner será velado a partir das 10h desta quinta-feira, dia 28, na Casa Rosada. Inicialmente a cerimônia estava prevista para ocorrer no Congresso Nacional.

De acordo com o chefe de gabinete do governo, Aníbal Fernandez, o velório seria no Salão dos Passos Perdidos. A queda de um vitral, no entanto, inviabilizou o uso do local.

Manifestações nas ruas

A polícia de Buenos Aires bloqueou algumas ruas e avenidas para facilitar o deslocamento da população até a Casa Rosada. Muitas pessoas começam a se dirigir à Praça de Maio, onde fica a sede do governo, para colocar flores e bandeiras diante do portão de ferro que circunda o prédio.

Repercussão na mídia

Poucos minutos depois da confirmação da morte do ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner, os portais dos grandes jornais do mundo, sobretudo na América do Sul, já estampavam o luto pelo acontecimento no fim da manhã desta quarta-feira.

> Entenda como ocorre a morte súbita


Em FOTOS: a trajetória de Néstor Kirchner

O jornal argentino El Clarin pondera, por meio de um analista, que a Argentina enfrenta uma nova situação dramática, de incerteza política. "Um país que parece condenado a viver entre a tragédia e o drama", diz a publicação. O site também ressaltou a repercussão no Twitter, através de mensagens de políticos de "todos os partidos".

> Lula lamenta morte do ex-presidente argentino
> Conexão ZH: "Morte de Kirchner domina o Twitter"
> Velório de Kirchner será em Buenos Aires


Já o La Nación externou em seu portal o sentimento de "consternação" que envolveu os argentinos. Segundo reportagem, a presidente Cristina Kirchner acompanhou o seu marido "até o final".



> Rodrigo Lopes: "O Kirchner que eu conheci"
> Rosane de Oliveira: "Morte prematura"
> Cultura ZH: "O Flaco sai de cena"

Na Espanha, o El País conferiu destaque principal ao fato, adotando uma linha analítica. O site argumentou que, mesmo tendo passado o poder para a sua esposa, Kirchner jamais deixara de governar a Argentina. O inglês The Times segue a ideia espanhola, estampando que morre o "homem forte" daquele país (abaixo).

 

Da mesma forma, o site italiano La Stampa lembrou em sua manchete que morria o presidente responsável por retirar a Argentina da crise econômica do início dos anos 2000.

ZERO HORA

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