De 35, 18 de dentro da área

Foi em jogadas com essas características que o Grêmio marcou a maior parte de seus 35 gols no Brasileirão desde a chegada de Renato Portaluppi, em agosto. Foram 18 gols em chutes perto da goleira e sete de cabeça.

Goleador do Brasileirão, Jonas é referência em qualquer das modalidades. Por atrair a atenção de mais de um marcador, costuma abrir espaços para que outros jogadores marquem. Douglas e André Lima têm sido os mais beneficiados. Bom cabeceador, Jonas fez dessa forma o segundo gol no empate em 2 a 2 contra o Botafogo, após um início desastroso do Grêmio. Titular após a cirurgia de Borges, André Lima é referência na área do adversário em jogadas por cima.

Jonas prevê para o clássico dificuldades maiores do que as enfrentadas em outros jogos. Elogia Índio e Bolívar, a dupla de zaga do Inter.

Outra eficiente alternativa de gols têm sido os chutes de longa distância. O mais belo e decisivo deles foi marcado por Douglas, na vitória por 1 a 0 contra o Corinthians, no Pacaembu.

Renato Portaluppi prefere não especificar quais as jogadas do Inter mais o preocupam. Limita-se a elogiar as qualidades do argentino D’Alessandro:

– O meio-campo do Inter é forte.

De 24, 15 de dentro da área

A contratação de Celso Roth pelo Inter, em junho, mudou a maneira de a equipe jogar
O esquema 4-2-3-1, com a valorização da posse de bola, deu ao time um maior domínio das ações, a partir de um meio-campo reforçado por dois volantes que avançam ao ataque, Sandro (agora Wilson Matias) e Guiñazu, dois articuladores, Tinga e DAlessandro (depois passaram a ser três, com a saída de Taison e o ingresso de Giuliano), e um atacante de área, Alecsandro (depois Damião).

Esta transformação também fez com que a equipe de Roth marcasse a maioria de seus gols de dentro da área: dos 24 gols feitos, 15 foram de dentro da área. A maioria deles, em cruzamentos ou em trocas de passes. Segundo números do Datafolha, o Inter troca mais de 313 passes por jogo, acertando 83% deles, com 12,6 finalizações por partida. A cada jogo, são 22,5 cruzamentos em média e 3,6 assistências por partida.

Mas o Inter deixou para trás um fundamento: os gols de fora da área. Desde a saída de Alex, para o Spartak, de Moscou, no começo de 2009, a equipe não encontrou reposição para as suas pancadas de longa distância. Andrezinho é dono de bom chute de fora da área, mas acaba utilizando o seu talento mais em cobranças de faltas. Na Era Roth, o Inter fez só um gol de fora da área no Brasileirão, com Taison, diante do Flamengo.

– Os gols de dentro da área demonstram um time dono de posse de bola, que toca bem a bola – comentou o vice de futebol Fernando Carvalho.