Eles sabem tudo de tablado, pista e tatame. Mas estão mudando de lado. Em seu último ciclo olímpico, Daiane dos Santos, Jadel Gregório e João Derly usarão sua experiência como atletas para dar início a um projeto que promete transformar o Rio Grande do Sul em referência no treinamento de atletas para a Olimpíada de 2016.

A iniciativa do Instituto Idecace, chamada Rio Grande do Sul Rumo ao Sonho Olímpico, visa a transformar o Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), na Capital, em centro de preparação de alto rendimento de, pelo menos, sete modalides olímpicas.

– Estamos por uma assinatura para começar os trabalhos – explicou o coordenador do projeto, Paulo Ribas.

Além de atletismo, ginástica artística e judô, representadas pelo trio olímpico, a instituição já fechou parcerias com as confederações de karatê, taekwondo, handebol e tênis de mesa. Com o ex-judoca Branco Zanol, experiente em projetos sociais relacionados ao esporte, Daiane, Derly e Gregório serão os coordenadores das atividades na Capital.

Os atletas se encontraram ontem no Cete para conferir as obras de revitalização do local que abrigará as modalidades. O passeio durou cerca de uma hora e foi marcado pelo entusiasmo do grupo, que mais parecia uma pirâmide móvel quando, do alto dos seus 2m02cm, Jadel Gregório desfilava entre João Derly (1m63cm) e Daiane dos Santos (1m45cm). Para a ginasta, revelada pelo Cete em 1994, a visita teve significado especial.

– Toda vez que ganho um título me lembro daqui. O centro é um celeiro de atletas. Temos de aproveitar este momento, em que o Brasil abriu os olhos para outros esportes, para crescer nisso – lembra a gaúcha.

Em preparação para retomar os treinos com a seleção brasileira de ginástica depois de cumprir seis meses de suspensão, Daiane encontrou ontem um lugar diferente daquele em que treinava. As reformas do projeto de revitalização, custeado pelos governos estadual e federal, estão transformando a pista de atletismo e os ginásios de lutas e de ginástica que receberão os futuros atletas. Mas darão vida a sonhos antigos.

– Eu sempre quis ver algo assim. Nossa ideia é maior que a simples formação de base. Queremos realizar trabalhos específicos para identificar e preparar os talentos de cada modalidade – comentou João Derly.

Ainda faltam detalhes para o início das atividades. Saiba quais na edição desta sexta de Zero Hora.