O feitiço quase virou contra o feiticeiro. Depois de facilitar o trabalho da Bulgária no sábado para cair em grupo teoricamente mais fácil, o Brasil quase se complicou. Vaiados desde antes da partida no Ginásio PalaLottomatica, em Roma, os brasileiros encontraram muitas dificuldades para vencerem a República Tcheca por 3 sets a 2 (25-20, 22-25, 23-25, 25-21 e 15-8).

Nesta terça-feira, a República Tcheca enfrenta a Alemanha, enquanto o Brasil descansa. Os tchecos precisam da vitória para ainda sonharem com uma possível classificação às semifinais, já que apenas o primeiro classificado do grupo avança.

O Brasil só retorna à quadra na quarta-feira, justamente contra a Alemanha. Em setembro, em três partidas amistosas realizadas, a seleção perdeu dois dos confrontos para os alemães.

A seleção começou a primeira parcial de maneira perigosa, alternando pontos com a equipe adversária, que forçava o saque. Em dois golpes de vista errados do líbero Mário Júnior, os tchecos conseguiram dois pontos de saque e chegaram ao primeiro tempo técnico com 8 a 6. Diferentemente do que fez durante toda a fatídica partida contra a Bulgária, Bernardinho esbravejou.

E a bronca deu resultado. Mais ligados em quadra, os brasileiros reagiram e, com três bloqueios seguidos, abriram 15 a 13 no placar. Após a segunda parada, o Brasil passou a forçar o saque e jogar no contra-ataque. Assim, fechou em 25-20 em uma pancada de Lucão pelo meio.

O segundo set começou idêntico ao primeiro. Os tchecos forçando o saque e dificultando o trabalho da defesa. Mesmo assim, o levantador Bruninho conseguia se virar em quadra e deixava os atacantes em condições para virar as bolas. Em uma bola de segundo tempo do jogador, o Brasil empatou em 12 a 12. O ponto seguinte refletiu o equilíbrio da partida. Um rali que demorou quase um minuto, com excelentes defesas de ambos os lados, acabou em ponto do Brasil.

Porém, falhas na defesa e erros bobos no ataque custaram o set aos brasileiros: 25 a 22.A derrota no segundo set abalou. Na terceira parcial, os tchecos, empolgados, começaram controlando o jogo e chegaram à primeira parada com 8 a 6. Os erros brasileiros seguiram acontecendo, o que deixava os europeus cada vez mais empolgados dentro de quadra. Mas Bruninho brilhou. Com o placar adverso em 16 a 14, ele salvou uma bola quase perdida, colocando com classe para ataque de Rodrigão. O lance animou a seleção brasileira, que empatou em 18 a 18. A reação, no entanto, de nada adiantou. Vitória tcheca por 25 a 23.

O quarto set era decisivo para o Brasil. Com Théo no lugar de Leandro Vissotto, a equipe dava sinais de melhora, chegando ao primeiro tempo técnico à frente, algo que não acontecia desde o primeiro set: 8 a 6. E foi justamente o oposto reserva o responsável pela boa atuação do sexteto na parcial. Bem na defesa e no ataque, Théo anotou nove pontos, ajudou o Brasil a se manter na frente durante toda a parcial, vencer por 25 a 21 em um bloquei triplo e conduzir a partida para o tie-break.

No quinto e decisivo set, o Brasil tentou imprimir o ritmo de uma equipe atual campeã da Liga Mundial. Mas os tchecos mostravam que não venderiam facilmente o resultado. Mas, a pressão falou mais alto. Com uma bola na antena dos europeus e um bloqueio de Lucão, a seleção abriu 5 a 2 no placar e encaminhou a vitória. A partir daí, as duas equipes trocaram pontos, mas o bloqueio brazuca brilhou, marcou quatro pontos e ajudou a fechar o set, e o jogo, em 15-8.