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 | 28/08/2010 14h05min

Do Paraná, mas bem joinvilenses

A família de Eugênio e Maria Eliza é um símbolo da principal mudança na cidade

Os números confirmam o que os catarinenses já devem ter percebido: Santa Catarina é uma terra com vocação natural para receber “forasteiros”. Em 2008, mais de 153 mil moradores do Estado afirmaram a pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) serem naturais de outras unidades da federação.

Nos 12 anos que o levantamento abrange, o pico de gente de fora vivendo em Santa Catarina ocorreu em 2003: mais de 213 mil pessoas. O principal parceiro de “trocas” é o Paraná, que é também para onde vai a maior parcela dos catarinenses. A história parece familiar a muitos moradores de Joinville. E tudo indica que a cidade catarinense mais populosa acompanha o mesmo raciocínio.

Afirmar com amplidão, apenas o Censo 2010 fará, quando for totalmente concluído no ano que vem. Mas é possível apontar desde agora o que dirá. Há dez anos, o recenseamento já tinha mostrado que os paranaenses representavam a metade dos moradores de Joinville que eram naturais de outros Estados.

Em março, um levantamento por amostragem com pessoas que têm filhos e vivem em Joinville revelou que mais de 57% dos entrevistados afirmaram ter nascido em outro lugar. Pouco mais de 24%, em outras cidades catarinenses. E 23%, no Paraná.

A maior parte dos “forasteiros” se concentrou na faixa etária dos 41 aos 50 anos (66%). Outra parte da pesquisa, dessa vez com adolescentes e jovens entre 12 e 21 anos, mostrou percentual inferior de nascidos fora: 25%. Mas 10% se declararam paranaenses.

A situação é muito parecida com a vivida na casa onde moram Eugênio Farias e a mulher, Maria Eliza, de 69 anos. Atualmente, não é a mesma casa, mas sempre foi o mesmo lote há 21 anos, no bairro Comasa, zona Leste de Joinville. Eugênio conheceu Maria Eliza em Chopinzinho, município com cerca de 20 mil habitantes no Sudoeste do Paraná. Resolvido, o casal trouxe a prole inteira – sete filhos. “O que tinha de mudança era quase nada”, ele conta. Hoje, são sete filhos, noras e genros, 17 netos e dois bisnetos.

Aos 70 anos, ele é sincero quando conta por que deixou a cidade onde nasceu e aprendeu a ser agricultor. “Vim às escuras, para procurar serviço”, lembra Eugênio, que no início achou Joinville estranha, cheia de mangues. Mas se encantou com a tranquilidade de poder deixar as portas de casa abertas e conviver bem com os vizinhos no lugar conhecido como “Vila Paranaense”. Trabalhou em fundições e indústrias, se aposentou quando tinha carteira assinada como segurança. “O bom daqui é que nunca me faltou trabalho”.

10 %

Dos adolescentes e jovens entre 12 e 21 anos entrevistados neste ano em Joinville contaram ter nascido no Paraná. Outros 24% disseram ser de outras cidades catarinenses.

57 %

Dos moradores de Joinville consultados em março e abril de 2010 que têm filhos afirmaram ter nascido em outros Estados ou em outras cidades catarinenses.

2

Vezes mais pessoas que moram em Santa Catarina afirmaram serem nascidas em outros Estados em 2008 que o número de catarinenses que deixaram o Estado.

33

Em cada cem pessoas que declararam ter escolhido Santa Catarina para morar em 2008 são nascidas no Paraná (51 mil pessoas). Mais de 34 mil catarinenses estavam no PR na época.

 
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