O técnico do Santos, Dorival Júnior, não costuma fazer mistérios, mas abriu uma exceção. Ele não revelou o time que entra em campo no jogo contra o Grêmio. O comandante contará com força máxima na partida, marcada para as 22h desta quarta no Olímpico, pela 16ª rodada do Brasileirão.

– Já tenho o time ideal. Quem se escala é o jogador. Não tenho dúvidas, só não vou relevar a equipe, mas na minha cabeça não tenho dúvida. Espero que a equipe esteja bem, fortalecida e faça uma grande partida – despistou, em entrevista coletiva concedida na manhã desta terça-feira, no CT Rei Pelé.

Dorival terá a volta de quatro atletas que estavam suspensos na última rodada: Marquinhos e Edu Dracena, por cartão vermelho, além de Rodriguinho e Zé Eduardo, pelo terceiro cartão amarelo.

No último domingo, contra o Atlético-MG (vitória santista por 2 a 0), o meia Zezinho, que não é considerado titular da equipe, teve uma boa atuação. O atleta é um exemplo do que Dorival considera como jogadores que passaram a dar uma boa opção de mudança.

– Por isso não quero revelar o time. Se o Grêmio tem muitas dúvidas, o Renato está tentando fazer o melhor dele, sem revelar o time. Por aqui, preferimos aguardar um pouco, até para ele ter um pouco de dor de cabeça, a mesma dor que estamos tendo para adivinhar o time dele – explica.

Apesar do mistério do treinador, a grande dúvida na escalação do comandante santista é na posição de segundo volante, antes ocupada por Wesley, vendido para o Werder Bremen-ALE. Neste momento, Danilo e Rodriguinho são os mais cotados para assumir o posto, com Zezinho correndo por fora, já que Rodrigo Possebon ainda não tem condições de estrear.

No ataque, o ponto de interrogação fica por conta do parceiro de Neymar. Apesar de Marcel ter atuado como titular nos últimos jogos, o centroavante não foi bem no último domingo, o que pode dar uma chance para Zé Eduardo.

Com todas essas possibilidades, o time alvinegro diante do Grêmio deve ser: Rafael; Pará, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Danilo (Rodriguinho), Marquinhos e Paulo Henrique; Neymar e Zé Eduardo (Marcel).

Técnico quer fim das "outlets" brasileiras

A negativa de Neymar à proposta milionária do Chelsea ainda repercute no Santos. Com a façanha concretizada, o clube conseguiu conter o desmanche que já se configurava com as saídas de André, para o Dinamo de Kiev-UCR, Robinho, de volta ao Manchester Citye Wesley.

Desta forma, o técnico Dorival Júnior passa a ter dias mais tranquilos. Apesar de a janela de transferências internacionais só se fechar no fim deste mês, o treinador ressalta que a diretoria santista marcou terreno.

– Espero que seja um marco no futebol brasileiro. Isso tem de ser valorizado. É muito simples um jogador sair valendo um real e quando cruza a fronteira passa a valer 10. Por que não pode valer 10 aqui? Eles têm que parar de olhar os clubes brasileiros como "outlets" de jogadores – disparou.

O treinador usou o termo "outlet", pois condena o fato de os clubes europeus virem ao Brasil para comprar uma mercadoria "excepcional" por um custo baixíssimo.

– Viram a frustração que causou no mercado europeu a não ida do Neymar? Isso é porque acharam que iam comprar por qualquer preço. O futebol está mudando e o Santos ajudou nisso – ressalta.

Por fim, o comandante confessou que os últimos 40 dias foram um verdadeiro inferno, já que durante a disputa das semifinais e finais da Copa do Brasil, "chegavam propostas de todos os lados". Agora, ele espera ter mais tranquilidade, em relação à possíveis saídas.

– A não ser que chegue uma proposta e o atleta queira sair. A atitude da diretoria foi importante. Todas as possibilidades que poderiam causar transtornos foram diminuídas ao extremo – finaliza.