Esportes | 12/08/2010 08h09min
Uma disciplina rígida em um homem decidido a ser técnico de verdade, mas sem gritaria espalhafatosa. É mais ou menos a filosofia do Renato Portaluppi que agora vai comandar o vestiário do Grêmio. Valdir Espinosa, comandante do time campeão do mundo em 1983 do qual o agora treinador era a grande estrela, tornou-se amigo e confidente de Renato desde então. E manda um recado para quem quiser analisar o trabalho do novo responsável pela equipe no campo:
— Esqueçam o Renato jogador.
De acordo com Espinosa, houve uma virada na trajetória de Renato na casamata. Quando começou efetivamente na profissão no Madureira, no final dos anos 90, ele não parecia muito entusiasmado. A nova carreira parecia um passatempo. Tanto que Espinosa se espantava: assuntos relacionados a futebol eram vetados em confraternizações familiares, por exemplo. O que fazia o conselheiro e amigo não acreditar muito no seu futuro passando instruções à beira do gramado.
— Para ser bem sincero, não acreditei no começo. A gente se encontrava para comer churrasco e o Renato ia logo avisando que falar de futebol era proibido. Eu estranhava: técnico é algo para o dia todo. O sujeito dorme com o ofício, sempre conversando e buscando informação — lembra Espinosa.
A certa altura, entretanto, veio a transformação. Primeiro, Renato eliminou o veto sobre futebol nos churrascos. Depois, passou a falar. Por fim, puxava o assunto com sofreguidão, ávido por opiniões, conselhos e troca de ideias sobre esta ou aquela decisão tática. Então, Espinosa teve certeza: Renato estava pronto e realmente decidido a fazer carreira como treinador. E com um perfil bem diferente daquele que o acompanhou como jogador, de festas e confusões — sempre fora de campo, já que nos treinos e nos jogos ele costumava resolver e tinha conduta elogiada.
— Tem muito rótulo por aí. O Felipão é tido como déspota, mas é um baita manteiga derretida. Eu mesmo: ganhei o carimbo de bon vivant e não admito descumprimento de horário. O Renato tinha o rótulo de problema, mas dentro do campo e no trabalho diário sempre foi exemplar.
Paulo Roberto, lateral-direito em 1983 e hoje empresário, prefere não opinar sobre a trajetória de Renato como técnico:
— Perdi contato com ele. Não seria correto emitir juízo — disse Paulo Roberto, que estranhou o fato de o companheiro não ter mais telefonado para ele, especialmente quando estava em negociação para retornar ao Rio Grande do Sul.
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Confira detalhes sobre a carreira de Renato como jogador e técnico:
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