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Esportes  | 07/08/2010 04h37min

Torcida faz festa para os finalistas na chegada do Inter

Vaga na final da Libertadores garante passagem direta ao Mundial em Abu Dhabi

Priscila Montandon  |  priscila.montandon@zerohora.com.br

Como um dia de jogo. Da beira do Guaíba, uma extensão do Beira-Rio rumou ao aeroporto Salgado Filho ontem à tarde e transformou um simples saguão em arquibancadas tingidas de vermelho, inflamadas pelo clássico “Colorado, Colorado. Nada vai nos separar”.

Assim, com o calor da torcida, os jogadores do Inter foram recepcionados em Porto Alegre, depois de garantir, em São Paulo, a vaga na final da Libertadores e a passagem direta ao Mundial em Abu Dhabi.

Assim, como quem torce com o olhar fixo no campo, centenas de torcedores que se aglomeraram no piso frio do aeroporto fizeram de alvo o portão de desembarque. Cabeças erguidas e sob a ponta dos pés, como se lutassem para não perder a primeira aparição de um jogador, disputando espaço com jornalistas, cinegrafistas, câmeras fotográficas, microfones e, ali, malas e carrinhos.

Em vez do placar eletrônico, o painel de informações sobre voos da Infraero. Como num dia de jogo e o tempo extra determinado pelo juiz, a ansiedade, no Salgado Filho, crescia a cada minuto de atraso anunciado para a chegada dos heróis do Morumbi.

Como em dia de jogo, o nervosismo se dissipa na medida em que a massa encontra um tom único e as vozes repetem os mesmos refrões, dão socos no ar, provocam o rival, giram bandeiras e camisetas. Sem perder o foco, é claro, no campo, ou no portão de desembarque.

Ali, se misturavam aos passageiros comuns torcedores da Capital, da região metropolitana, viajantes e os recém-chegados de São Paulo, como Jorge Soares, 50 e o filho Alex, 20. O grito que seguraram no Morumbi, infiltrados em meio à torcida adversária – chegaram a comprar toucas tricolores para manter o disfarce –, eles soltaram no Salgado Filho. O empresário Richard Zimmer, 25, também. Foi sozinho à capital paulista, caminhou por mais de uma hora em território adversário, tentando não ser identificado, e recorreu a uma touca como a dos Soares.

– Foi a maior loucura que fiz na vida, tive medo. Mas foi a melhor de todas.

Foram mais de três horas de espera naquele saguão. O repertório de canções se esvaiu e repetiram-se os cantos. Abriu-se um longo, mas estreito corredor de passagem, reforçado com um cordão de isolamento providenciado pela segurança do aeroporto e por dezenas de brigadianos.

Quando o placar, ou melhor, o painel, anunciou avião no pátio, às 16h, e a escada rolante trouxe os primeiros jogadores, Sobis, Guiñazu, D’Alessandro, era como se o Inter acabara de marcar o gol do título. As vozes ficaram mais fortes, a cantoria mais intensa e o corredor de desmanchou, criando uma grande mancha disforme na área de desembarque.

Jogadores ovacionados, torcida cantando até o fim, bandeiras e flâmulas tremulando. Como num dia de jogo decisivo, mas sem a apreensão e a aflição ante as probabilidades do futebol. Ontem, o jogo estava decidido. E era vitória.

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Slideshow: a festa pela classificação do Inter

Matando a saudade
Para quem estava longe da Capital ou no trabalho, foi a maneira de estar perto do time. O clicEsportes transmitiu ao vivo a chegada do Inter com um celular 3G. Foram duas horas de transmissão, com mais de 16 mil visualizações. Teve até reencontro familiar: o colorado Flávio recebeu uma ligação do filho, que mora em São Paulo, dizendo que estava matando a saudade do pai ao vivo pela transmissão.

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